Já disse e escrevi que o Paraguai não fez nada demais, enquanto país, ao deter para averiguação quem cruza a fronteira com passaportes falsos. Ronaldinho e Assis têm culpa por isso — com ou sem dolo, conforme a investigação dirá.
Mas mantê-los indefinidamente presos, sem avanço na investigação, era um excesso. A transferência dos dois para um hotel, em caráter domiciliar, atendendo a um pedido da defesa, estava caindo de maduro. O isolamento imposto pela crise da covid-19 não impede perícia em celular. Por que tanta demora?
Do jeito que a carruagem andava, era como se eles já cumprissem pena por delitos fartamente comprovados, tipo formação de quadrilha ou algo do gênero. Não é o caso. Começava a parecer que eles não eram acusados, e sim troféus, e isso não seria correto. Ninguém está acima da lei, mas também não pode ser perseguido só por ter fama e sucesso.
É preciso saber, agora, o motivo pelo qual a Justiça do Paraguai aceitou a prisão domiciliar, para além do pagamento da fiança, se antes a negava com ênfase. O que as conversas de celular comprovaram ou não comprovaram. O que mudou? A história toda tem de ser melhor contada.