Quando se discute muitas atuações individuais é porque o coletivo não está mais funcionando como antes. Até Geromel parece menos do que antes. Como seu futebol é de excelência, ele segue sendo o melhor zagueiro do Brasileirão. Mas há contestação a Ramiro, Leo Moura, Luan. Há nariz torcido até para Luan, após a derrota para o Estudiantes por 2 a 1. Depois da Copa do Mundo, sem Arthur, a marca do Grêmio é a instabilidade.
Foram cinco jogos dos titulares: duas vitórias, um empate e duas derrotas. Aquela certeza de uma atuação nunca abaixo de 7 ou 8, baseada na troca de passes e muita movimentação para criar espaços, desapareceu do meio-campo. Na régua do Grêmio, que mira títulos, é preciso ajustes para retomar o padrão e seguir adiante na Copa do Brasil e na Libertadores com chance real de mais taça no armário.
Renato deve escolher Bruno Cortez e Jael nos lugares de Marcelo Oliveira e André, sob pena de ser injusto com quem entra e dá melhor resposta. Mas uma mexida é essencial, por tocar na gênese do modelo de jogo vencedor do Grêmio de Renato. Ele tem de encontrar outro volante para escalar ao lado de Maicon.
Cícero está fazendo Maicon render menos. Aquela atuação de ambos contra o Atlético-MG foi exceção. Não se repetiu mais. Maicon parece contaminado pela burocracia de Cícero. Teme avançar e não ter o espaço ocupado.
Arrisco-me a dizer que se passa o mesmo com Ramiro, na direita. Jailson ou o próprio Ramiro são as opções. Talvez não ideais, mas superiores a Cícero. Sem Arthur, o Grêmio tem de recuperar a figura do volante apoiador e das assistências. Só Maicon, e nenhum outro, pode vestir esse figurino.