A queda de Guto Ferreira após o empate deste sábado (11) em 1 a 1 com o Vila Nova no Beira-Rio se deu, em linhas gerais, pelos mesmos motivos do antecessor, Antônio Carlos Zago. Aos poucos, o ganho da organização defensiva sumiu, ao ponto de o Luverdense finalizar 23 vezes no penúltimo jogo. Restou a parte ofensiva, reduzida à bola aérea. Quando o time se fechava bem, um gol de cabeça de escanteio resolvia. No momento em que passou a tomar gols e a obrigar Danilo Fernandes a ser o melhor em campo de novo, ficou quase nada de rendimento. A demissão de Zago se deu pelo mesmo motivo: virou fácil entrar na defesa do Inter, lá atrás. Só o Luverdense fez dois gols.
Mas houve uma gota d'água. A entrevista infeliz do técnico, culpando jogadores pelos erros na hora de fazer o gol, lá em Lucas do Rio Verde, tirou as dúvidas da direção. Os jogadores ficaram chateados, e daí a equação fechou: defesa desorganizada, ataque previsível na bola aérea e, por fim, jogadores nem tão fechados assim com o técnico — até de forma inconsciente, sem ser de propósito.
A prova disso é a própria demissão. O Inter já está de volta à Série A, praticamente. Que diferença faria ficar por mais três jogos, até o fim da Série B, com ou sem desempenho? Guto não ficou porque pegou mal a entrevista culpando jogadores, criando desconforto e constrangimento no vestiário. Informação: os jogadores adoram Odair Hellmann. Guto caiu agora por isso, em vez de esperar dezembro. Importante é lembrar o seguinte: se quiser voltar a ser protagonista na Série A, o Inter terá de engatar um trabalho de longo prazo, algo que não acontece há muito tempo.