O presidente Marcelo Medeiros contou-me que visitou a CBF, disposto a conversar sobre o Caso Victor Ramos. Tentou uma solução para o imbróglio da suposta inscrição irregular do zagueiro, que teria ido do Palmeiras para o Vitória numa transação nacional, quando deveria ter sido internacional, em razão do vínculo com o Monterrey, do México.
Tirando pontos dos baianos no tapetão, o Inter não cairia. Medeiros tem, aliás, feito um périplo institucional por diversos órgãos, inclusive o STJD. Ouvia-se que os dirigentes colorados tinham sumido do circuito, perdendo poder político. Ele está tentando reverte isso.
Se a CBF tivesse retirado a acusação de falsificação de documentos contra o clube sem citar um nome sequer, talvez por medo de processo por danos morais, é provável que o Inter nem recorresse à Corte Arbitral do Esporte (CAS). Mas a CBF deixou o dito pelo não dito. Deixou ameaça no ar. Um recuo colorado significaria confissão de culpa. Não houve como deixar de ir até o fim na esfera esportiva, portanto.
O Inter tinha até 9 de janeiro para recorrer ao CAS, na Suíça. Apelou nesta data. O Conselho de Administração entendeu que seria falta primária perder prazo de um recurso cabível, independentemente do mérito. Haveria risco até de a própria direção ser questionada por conselheiros ou sócios.
Foi uma espécie de precaução jurídica.
Medeiros preferia que a gestão anterior tivesse resolvido o assunto, em vez de deixar como legado um rolo com a CBF. O presidente não crê que o assunto se resolverá antes de começar a Série B. Está planejado para disputá-la.
OPINIÃO – Reconheço o direito sagrado do Inter de buscar o que entende justo, mas a opinião do colunista não muda. O melhor é voltar à Série A jogando futebol, e não via tapetão, expediente historicamente condenado pelo clube. Não fossem os milagres do goleiro Danilo Fernandes, o Inter teria sido rebaixado bem antes da última rodada. A dura e crua realidade é que o tombo foi merecido. Se caiu na bola, que suba na bola.