Acostumado a tratar de temas pesados, mais duros, de política, hoje farei uma pausa para falar de uma boa notícia que merece ser valorizada e de onde menos se espera: da saúde pública. Não faz muito tempo, uma das pautas em voga era a redução de leitos de hospitais pelo SUS. Hoje vivemos o movimento inverso: a inauguração de novos complexos nos dois maiores hospitais do Rio Grande do Sul, o Clínicas e a Santa Casa.
A ascensão da capital gaúcha no quesito saúde não aconteceu do dia para a noite. Foi preciso reclamar muito do descaso para que se mudasse a realidade. Eu mesmo, como repórter, fiz diversas coberturas na porta de hospitais ouvindo familiares e pacientes que reclamavam da falta de leitos. Quando assumi a apresentação do Atualidade, em 2013, o primeiro lugar ao qual levei o programa, ao vivo, foi para dentro da emergência do Clínicas.
O Clínicas construiu dois novos prédios e conseguirá ampliar o atendimento emergencial pelo SUS. Ganham pacientes e acompanhantes, que terão mais espaço num local mais adequado. O dinheiro é público. Quem procura a emergência do Cínicas, e não é pouca gente, vinda de todo o Estado, vai encontrar uma emergência muito maior.
Na Santa Casa, graças à doação e à mobilização do casal Nora Teixeira e Alexandre Grendene, que doou R$ 80 milhões e mobilizou outros empresários a fazerem o mesmo, foi construído um novo hospital que atenderá pelo SUS. Subirá de 13 para 28 leitos na emergência.
A emergência é a área mais necessária pois se trata da porta de entrada de um hospital para qualquer pessoa que busca a saúde pública. Por isso, esse movimento que inverte a lógica de leitos precisa ser saudado.