Remessas em quantidade mais expressiva da vacina CoronaVac, produzidas pela Instituto Butantan, deverão ser feitas somente a partir do fim da semana que vem. Ou seja, quem tinha a segunda dose marcada para ser aplicada na semana passada ou ao longo desta semana, terá de esperar mais alguns dias.
Respeitado o intervalo, não haverá prejuízo para o paciente. Os especialistas, entre eles o médico Fabiano Ramos, que conduziu aqui no Rio Grande do Sul as pesquisas com essa vacina, afirmam que a imunização está garantida. O efeito imediato é o psicológico gerado pela expectativa frustrada de ter data marcada, esperar pela proteção, e não conseguir.
Na terça-feira, quando começou a faltar vacina em Porto Alegre, quem tinha a segunda dose marcada teve de percorrer postos pela cidade, numa verdadeira gincana pela CoronaVac. Uns conseguiram, outros ficaram para trás.
Imprevistos podem acontecer, mas para que criar uma situação confusa num momento tão delicado?
No dia 21 de março, o Ministério da Saúde orientou, por meio de um informe aos Estados, que toda aquela leva de vacinas fosse aplicada como primeira dose, sem considerar que de três a quatro semanas depois, todas aqueles vacinadas ali precisariam da complementação com mais uma dose. Na ânsia de publicar um número mais elevado para justificar vacinação acelerada, o Ministério da Saúde desconsiderou um contratempo na entrega da novas doses. E deixou parte do público-alvo sem vacina.
Uma correção de rumo é mais do que necessária para evitar que o contratempo - e a frustração - se repita.