O tempo demora a passar no rosto das pessoas com as quais convivemos todos os dias, inclusive nós mesmos. Enquanto conhecidos de infância e de juventude envelhecem décadas durante todas aquelas dezenas de anos em que foram tocando suas vidas em outro lugar, nossas relações mais próximas e nosso próprio reflexo no espelho nos oferecem a ilusão de um tempo desacelerado, ajustado à escala humana de percepção – ou seja, sem pressa para acusar as mudanças mais sutis. O que arruína o truque, claro, são as crianças. Filhos, os nossos e os dos outros, dão uma dimensão vertiginosa à sucessão dos dias. Onde a gente quer câmera lenta, eles são time-lapse.
Música
Opinião
Aplauso final
Este ano de celebração da excepcional safra de músicos que nasceram em 1942 nos fez pensar, mais do que o normal, na finitude dos artistas – e na permanência de suas obras
Cláudia Laitano
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