As duas últimas semanas foram de muitas especulações no Grêmio. Muitos nomes foram descartados e desapareceram do noticiário, mas alguns jogadores seguem fazendo parte do dia a dia do clube e nos criam uma pergunta. Qual seria a grande dificuldade dos dirigentes, neste momento, para anunciar os tão necessários reforços para o início da temporada? Falta de dinheiro? Falta de ambição dos dirigentes? Acomodação? Cuidado com o dinheiro do Grêmio? A torcida tricolor precisa, diante de tudo, decidir o que ela quer do seu clube.
Os protagonistas do Grêmio já afirmaram que o time terá reforços importantes somados ao elenco. Um lateral-esquerdo, um ou dois zagueiros, um volante e um extrema estão colocados, por todos, como as necessidades do time para fazer um 2025 competitivo. Até o momento, o clube anunciou oficialmente um lateral-direito para compor grupo e as necessidades seguem abertas, mesmo que o clube tenha chamado jogadores da base (Pedro Gabriel e Viery) para compor os treinos do técnico Gustavo Quinteros. Nesta linha, os dirigentes garantiram que tem espaço na folha de pagamento para grandes jogadores.
Para a lateral esquerda, o nome de Marlon sempre foi o mais citado, e o clube, no entanto, teria esbarrado na questão financeira. O Cruzeiro se mantém firme na negociação e não parece que irá baixar o preço para liberar o jogador para o Tricolor. O colombiano Cuellar é o homem escolhido para ser o volante do time e o negócio estaria próximo do anúncio, mas ainda resta a liberação do time árabe e isso, por óbvio, pode envolver muito dinheiro.
O extrema também parece definido. O nome seria de Eliasson, que está na Grécia, mas outros clubes também estão na disputa que envolve, claro, muito dinheiro. O zagueiro mais citado é o mexicano Carlos Salcedo, que o Grêmio disputa ferrenhamente contra os dólares valorizados do futebol daquele país.
Os nomes, por tudo, estão claros e são representativos. Esses quatro jogadores chegariam em Porto Alegre e seriam titulares absolutos do técnico Quinteros, agregando muita qualidade ao Grêmio. Mas a discussão é muito mais ampla do que a escolha dos dirigentes e da torcida. Buscar bons jogadores é fácil, a questão é sempre como pagar por estes atletas. E é este, claramente, o dilema. Nos últimos 10 anos, o Grêmio torrou dinheiro em jogadores que não deixaram praticamente nada por aqui. O clube nunca arrecadou tanto em vendas de atletas da base e as reposições geraram apenas um grande aumento do custo e nada para o Grêmio. Aquelas decisões deram lucro aos empresários e intermediários e hoje o tricolor tenta se livrar dessa lógica.
O Grêmio é um clube sólido e tem uma torcida consciente. Ficar com fama de mau pagador e ter que virar SAF ali na frente não será a escolha do clube. Comprar a rodo jogadores e a cada dia ser cobrado publicamente não condiz com a grandeza do Grêmio, e, por isso, é preciso virar essa página. Cuellar, Marlon, Salcedo ou Eliasson seriam muito bem-vindos por aqui, desde que o Grêmio não renuncie à sua responsabilidade.
O Tricolor é um clube que movimenta milhões de pessoas e a volta as suas origens de raça, trabalho forte e uso dos jovens precisa ser seguida também pelo histórico cuidado com as finanças, um dos nossos grandes orgulhos. Se não puderem, não contratem. Os torcedores estarão com o Grêmio onde o Grêmio estiver. O futebol brasileiro perdeu o controle mesmo diante de uma preocupante crise econômica no país e não se atirar de cabeça nesta onda é um ato de ter muito cuidado com o futuro do Grêmio. Acreditem, esta é uma grande conquista.