A rivalidade Gre-Nal pode ser um alimento importante para o crescimento dos clubes. Essa tem sido a tônica da nossa história. Pensando apenas no lado positivo dessa disputa, ela precisa ser vista com muito bons olhos. Grêmio e Inter têm boas conquistas para relatar nos últimos meses, e uma comparação precisa ser feita neste momento.
Depois de viver a onda Suárez, quando o Grêmio bateu recordes em número de sócios, faturamento dos seus produtos licenciados e engajamento da torcida no estádio, chegou a vez de o nosso rival sentir deste prazer. As últimas contratações e a ideia de que o Colorado montou um grande time mudou a rotina de engajamento no clube rival. O Inter chegou a 135 mil sócios e as lojas do clube também revelam números expressivos.
Esse ponto revela que reforçar o time, no primeiro ponto de avaliação, recebe um apoio imediato e natural por parte do torcedor. Os gremistas mostraram isso na temporada passada, e os colorados estão confirmando essa tese neste ano. A recorrência desse fato ainda merece uma análise mais profunda, já que o Grêmio não conseguiu dar sequência à sua evolução e perdeu, pouco é verdade, do seu engajamento neste início de ano.
Por outro lado, os valores das folhas de pagamento e dos custos dos clubes sofreram importantes acréscimos em razão destes investimentos, e isso também precisa fazer parte das nossas análises. É verdade que o torcedor não se liga neste ponto, sobretudo no momento em que ainda comemora a chegada de reforços, mas é necessário falar sobre os gastos.
As narrativas correm soltas, mas não acreditem na ideia de que jogadores de futebol gostam de projetos e trabalhem por pouco dinheiro, principalmente os atletas que têm mercado. A folha do Grêmio supera os R$ 14 milhões. O Inter, com a chegada destes nomes, deve se aproximar dos R$ 20 milhões. E a história, agora, passa a ser como isso será pago. O forte engajamento que citei no início deste texto tem força para pagar esse aumento importante? Só o tempo poderá esclarecer.