
Leitora conta que foi morar com o namorado. Mas, após três meses de convivência, percebeu que não conseguiu se adaptar — principalmente pela presença do filho dele, de nove anos. Os atritos são constantes, e ela se vê em dúvida: deve falar ou não.
Confira no vídeo abaixo a opinião do colunista sobre o caso, no episódio desta semana do Desafio Sentimental, com Carpinejar:
"No Desafio Sentimental GZH da semana, a leitora foi morar com o namorado. Três meses de convivência e não conseguiu se adaptar, em especial pela presença do filho do namorado de nove anos.
Muitos atritos e conflitos e ela fica sem saber se deve censurar ou não. Pesa nela o papel de coadjuvante. É importante no amor aprender a recuar.
Recuar não é covardia, recuar não é fraqueza. Vocês podem não terminar o namoro, mas morar separados. É uma reorganização que vai dar espaço, tempo de convivência e para aproximação com o filho do namorado.
Depois que vocês moram juntos, parece que se separar e ficar em casas diferentes é um sinal de fracasso, de enfraquecimento emocional, de laços frouxos.
Não entendemos que não devemos seguir um padrão de comportamento. Há casais que funcionam não dividindo o mesmo lugar, permitindo o frescor do romance, a saudade, o cortejo, a sedução.
E há casais que só funcionam no mesmo lugar, que gostam justamente dessa bagunça, dessa proximidade, porque são mais ansiosos. Dependem de enxergar o outro, da disponibilidade.
É que não temos muito tempo na nossa vida rotineira e queremos queimar etapas, ficar o maior tempo um do outro. Mas isso não significa tempo de qualidade. Pode ser um tempo de qualquer jeito, pode ser um tempo para dormir, um tempo para comer, não para conversar, não para estabelecer cumplicidade de coincidências, não para se divertir.
E talvez morando em casas separadas, vocês vão preservar a alegria, a vontade de se ver, a vontade de conversar, a vontade de se amar. No amor existem vários ecossistemas, não somente morar junto, casar e morar junto.
Você pode ter uma relação longa, próspera, mantendo o seu cantinho, visitando o outro. E não é menos amor por isso. É tão amor quanto é saber como você funciona e aceitar os seus limites".
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