Diante de especulações nos bastidores políticos sobre possível substituição da secretária de Educação, Raquel Teixeira, digo de antemão que é uma injustiça.
Ela representa disparadamente um dos melhores quadros do Governo do Estado.
Não somente pela sua larga formação: mestre e PhD em Linguística pela University of California em Berkeley (EUA), graduada em Letras e mestre em Letras e Linguística pela Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado em Língua e Cultura pela Escola de Altos Estudos de Paris.
Não somente pelo seu passado ilustre como secretária de Educação de Goiás, no qual, pela primeira vez no estado, o ensino médio exibiu o índice de 4,3, superando a projeção do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Seu cabo eleitoral é o próprio presente. Desde abril de 2021 no cargo, ela demonstrou ser capaz de varrer o chão de fábrica e iluminar o teto.
Enfrentou com serenidade e presteza o maior desastre ambiental da história gaúcha, retomando o calendário de aulas em tempo recorde — quinze dias — após assombrosa enchente.
Das mais de 600 escolas danificadas pela tragédia, apenas 13 ainda não retornaram para os seus prédios originais. E só não há cem por cento de recuperação devido à espera de estudos aptos a determinar se as escolas vão permanecer ou não nas áreas lesadas.
Guardamos intacta na memória a dimensão exata do desafio. Se o prédio de ensino não havia sido comprometido em um dos 251 municípios da rede afetados pelo flagelo da inundação, eram os professores que tinham perdido suas casas.
O ano letivo foi salvo, o que é resultado da competência da atual gestão, pondo outra vez de pé 29 Coordenadorias Regionais de Educação.
Deve-se levar em conta que 88 escolas tiveram que ser reativadas após servirem de abrigo aos flagelados, com a transformação das salas em dormitórios.
A partir do Agiliza Educação Eventos Climáticos, houve repasse de R$ 73,1 milhões para pequenos reparos e aquisição de materiais e mobiliários escolares. Simultaneamente, a Campanha Mochila Cheia distribuiu mais de 217 mil itens de material escolar para estudantes atingidos pela cheia.
Não foi pouco o investimento, nem pouca a realização. Ambos se complementam, e se justificam.
Verificou-se um aumento de 26% de Escolas em Tempo Integral no Rio Grande do Sul. Saltamos de 18 para 296 escolas em dois anos. O saudoso Leonel Brizola ficaria feliz.
Em ato inédito no nosso percurso educacional, todos os estudantes da Rede Estadual receberão uniforme gratuito.
Rompeu-se também a abstinência de uma década sem concurso público na área da educação. Em 2023, aconteceu a admissão de 1.500 novos professores. Neste ano, está previsto edital para 6 mil vagas. Estamos finalmente combatendo uma defasagem antológica, já que o número de professores no magistério estadual caiu 57% em 16 anos.
A propaganda também funcionou. Em 2024, no pior ano do RS, uma mobilização histórica produziu recorde de inscritos no Enem.
Há ajustes a serem feitos na Secretaria de Educação do Estado, sem dúvida. Há melhorias, sim. Ocorreram problemas, como a longa demora de dez anos para reinauguração do Instituto de Educação General Flores da Cunha, temos ciência.
Mas prevalece uma base programática auspiciosa. Se ainda não é perfeita, a esperança de dias melhores se mantém preservada.
Tenho certeza de que a nossa educação seria terra arrasada sem a mão firme de Raquel Teixeira.