A posse da nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil (COB) será em 15 de janeiro de 2025. O presidente Marco Laporta e a vice Yane Marques assumem o comando da entidade até janeiro de 2029.
Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, no pentatlo moderno, e presidente da Comissão de Atletas do COB (Cacob) até março deste ano, Yane será a primeira mulher a exercer cargo executivo na entidade.
Durante o Prêmio Brasil Olímpico, no Rio de Janeiro, pude conversar com Yane Marques sobre esse desafio, suas ideias e o futuro do esporte brasileiro.
Antes da eleição, em uma entrevista com você e o Marco Laporta, eu pude notar um grande entusiasmo de sua parte. E agora, eleita?
O entusiasmo, ele continua e cresce. A gente tem falado muito. A transição oficialmente começa no dia 6 de janeiro. Nós vamos ter uma semana apenas até a posse. É no dia 6 que nós vamos conseguir ter acesso a tudo, entender muito mais e planejar com muito mais assertividade. Mas o que está acontecendo até agora é muita conversa, como foi na campanha, como foi nas nossas entrevistas. A nossa gestão vai ser pautada em escutar, respeitar as histórias de cada confederação, de cada atleta, de cada entidade, ter sensibilidade. Estamos sonhando em realizar coisas simples, inéditas e que no final das contas isso reverbere no bem dos atletas. É para isso que nós trabalhamos.
Uma coisa que ainda se busca no Brasil é explicar que atleta não nasce a cada quatro anos?
O atleta olímpico não nasce a cada quatro anos. Na verdade, eles até nascem, mas eles amadurecem ao longo do tempo. E pensamos muito na base, que alimenta o alto rendimento. O atleta está acostumando a lidar com vitória e também a derrota. E eu trago da minha carreira isso. Eu perdi muito mais do que eu venci. Das competições que participei eu não tenho medalhas de metade delas. Mas na medida do possível nós vamos tentar encontrar caminho, buscar esses diamantes, que nós temos no Brasil inteiro. E o nosso trabalho vai ser muito sério, para que em 4, 8, 12 anos, a gente consiga encontrar essa turma e fazer com que eles alcancem o sonho de estar no esporte de alto rendimento.
É possível afirmar que a renovação é o foco principal no começo da gestão?
O cenário que a gente encontra no Brasil hoje é que nós precisamos, de verdade, investir na base. Temos excelentes atletas olímpicos, temos que estão bem amadurecidos, pensando em Los Angeles 2028. Mas nós precisamos trabalhar a base, fazer crescer esse número de atletas que chega lá (Olimpíadas) com possibilidade de ganhar medalhas. E para isso nós precisamos trabalhar agora esses jovens. Alguns já estão num processo mais avançado para chegar a Los Angeles. Mas precisamos trabalhar essa renovação. E vamos canalizar nossas energias para isso.
Uma das primeiras decisões da gestão será a definição da cidade brasileira que será candidata a sediar o Pan de 2031: disputa entre Rio-Niterói x São Paulo ?
A decisão é em janeiro. Assunto que vem sendo conversado com a atual gestão do COB. Nós só vamos ter conhecimento quando entrarmos (na gestão). Mas esse é um assunto que precisa ser discutido, amadurecido, muito pensando. Mas não será a Yane e o (Marco) Laporta quem vai decidir. A Assembleia do COB que vai definir.