Dados do escritório regional da Emater na Região Central apontam que as lavouras de arroz e soja nos 35 municípios da região estão com atraso no plantio. O principal problema é a grande frequência de chuvas nos dois últimos meses. Nessa semana o volume de precipitações foi pequeno e em alguns municípios sequer choveu, o que permitiu a retomada do plantio. No entanto, o atraso ainda é grande.
Na soja, principal cultura da região, a área plantada se aproxima de 35%. No mesmo período de anos anteriores, na primeira quinzena de novembro, já havia ultrapassado 70%. No arroz a área plantada já atinge 60% do previsto. Em anos anteriores o plantio já estava em 90% nesse mesmo período.
Conforme o gerente regional do escritório da Emater, Guilherme Passamani, ainda não é possível afirmar se haverá prejuízo na colheita por conta do atraso, mas a situação é acompanhada com preocupação.
— É um atraso bastante significativo e que a gente tem analisado, acompanhado de perto para ver quais impactos esse atraso pode acarretar lá na frente durante o período da colheita — complementa.
A soja é a principal cultura da região, com mais de 1 milhão de hectares de área prevista para produção. O plantio começou em outubro e se estende até janeiro. Apesar do atraso, as áreas já plantadas estão em boa condições no seu desenvolvimento.
— As áreas plantadas estão com uma excelente germinação, porque a gente está tendo umidade, está tendo temperatura adequada para que a cultura evolua. Uma atenção especial para os nossos agricultores é nas questões fitossanitárias, principalmente na proliferação de fungos que essa umidade e temperatura elevada podem acabar ampliando, exigindo um manejo fitossanitário mais continuado — explica Passamani.
A segunda principal cultura da região é o arroz, com pouco mais de 121 mil hectares. Porém, a situação é diferente em relação ao plantio da soja. Como as lavouras são irrigadas, os alagamentos demoram mais para liberar o solo para retomada do plantio, o que pode causar prejuízos.
— Já tivemos algumas perdas bastante significativas de áreas plantadas, principalmente nas várzeas de rios de maior fluxo aqui da região, como o Jacuí, em que tivemos áreas alagadas. A principal diferença em relação à soja é que em no máximo três dias de tempo seco, se consegue plantar a soja, enquanto o arroz exige um período maior porque as áreas têm dificuldade de drenagem. Então temos esse atraso que no arroz já é bastante claro que é bem possível que teremos prejuízo ali na frente — analisa o gerente.
Na soja, conforme a Emater, a expectativa de produtividade é de mais de 3,2 toneladas por hectare. Já no arroz, devido à dificuldade enfrentada no plantio, ainda não é possível fazer uma estimativa.