Com a estiagem que assola o Estado, o prejuízo provocado nas lavouras deve impactar o produtor gaúcho mesmo após o verão. A estimativa é do presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, que detalhou a situação em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (13).
— Temos muitas perdas que não são mais recuperáveis e que o produtor vai ficar amargando durante o ano todo — disse.
Segundo o mais recente levantamento da Emater, o maior impacto está nas lavouras de milho, sendo que a região de Ijuí soma o maior percentual de prejuízo. Com 79,36 mil hectares cultivados do grão, deverá ter redução de 32% da produtividade estimada no início do ciclo, de 9.952 quilos por hectare.
Já nas regiões de Caxias do Sul e de Porto Alegre, o percentual de diminuição chega a 30%.
Conforme o presidente da Fetag, além do milho, os produtos mais atingidos são tabaco, fruticultura e soja, além das pastagens. Segundo Silva, o reflexo disso deve recair sobre o material de silagem — principalmente no inverno — e, naturalmente, no bolso do consumidor final.
Para tentar reverter o cenário, o presidente da entidade destaca a necessidade de se buscar soluções que incluem planejamento a longo prazo, além da ampliação do seguro rural. De acordo com Joel da Silva, "o brasileiro, e o gaúcho não é diferente, nessa hora se lembra em irrigação, mas começou a chover e o produtor acaba acalmando".
— Tem uma série de questões. Muitos produtores se acomodam, as prefeituras e Estados também, as burocracias atrasam e tem os custos. O que falta para o Estado é um projeto de governo de desenvolvimento de agricultura e pecuária — disse. — (Aqui) Tem um projeto, e vem outro governo e muda. Precisamos entender que precisamos nos planejar para o futuro — completou.