
As ações judiciais contra a Monsanto pelo herbicida glifosato nos Estados Unidos alcançaram em outubro a marca de 42.700, anunciou nesta quarta-feira (30) o grupo alemão Bayer, que em junho de 2018 comprou a empresa americana de pesticidas e sementes.
No fim de julho, o balanço apresentado pela Bayer citava 18.400 demandas. O aumento expressivo foi motivado pela intensificação da publicidade na TV dos advogados em busca de denunciantes, informou o grupo alemão.
Até o momento, a Bayer foi condenada em três processos na Califórnia que a obrigam a indenizar pessoas que têm câncer.
A Bayer, no entanto, vai apelar contra as sentenças por considerar que nenhuma agência reguladora no mundo determinou que o glifosato, à venda desde a década de 1970, é perigoso para a saúde.
Ao mesmo tempo, a empresa alemã afirma que participa "de forma construtiva" no processo de mediação ordenado por um juiz federal da Califórnia, o que permitiria, em caso de êxito, evitar longos processos judiciais.
A Bayer comprou a Monsanto por US$ 63 bilhões, o maior investimento da história da empresa.
Alemanha prevê proibição ao glifosato até 2023
Alvo de ações judiciais nos Estados Unidos, o glifosato entrou na mira do governo da Alemanha, país sede da empresa. Medida apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente do país europeu prevê a redução sistemática do uso, até o banimento, no final de 2023. A proibição do governo alemão faz parte de um programa de proteção a insetos acordado em setembro e que pode entrar em vigor no próximo ano, segundo a Deutsche Welle.
A proibição do uso passaria a valer a partir de 2023, quando vence a aprovação da União Europeia (UE), se não for novamente prorrogada pelos integrantes do bloco.
A proposta alemã ainda precisa ser aprovada pelo parlamento do país. Neste ano, em julho, a Áustria proibiu a venda do herbicida. No Brasil, o produto passou por reavaliação toxicológica da Anvisa e teve parecer técnico favorável para a continuidade do uso.
Em nota, a Bayer afirmou que a proibição da Alemanha “ignoraria o número esmagador de avaliações científicas de autoridades competentes em todo o mundo que, há mais de 40 anos, determinaram que o glifosato pode ser usado com segurança”. E acrescentou que a União Europeia tem “um marco legal comum para a autorização de ingredientes ativos para proteção de culturas, apoiada por um dos mais rigorosos esquemas de avaliação de segurança do mundo”.
*GaúchaZH com informações da AFP
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