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O frio que congelou os gaúchos nos últimos dias aqueceu o preço das hortaliças no Rio Grande do Sul. Prejudicada pelas geadas, a produção de alimentos suscetíveis a quedas de temperatura provocou aumentos no varejo. Em pratos principais típicos de inverno ou como acompanhamento, salsa, couve, espinafre, cenoura e brócolis deixaram a conta dos consumidores mais alta.
As elevações ocorrem em razão da maior procura destes produtos e pelas fortes geadas que impactam o crescimento das hortaliças, explica o presidente da Associação dos Produtores da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), Evandro Finkler. Folhosas, como rúcula e alface, não protegidas por estufas ou túneis, também foram atingidas. No entanto, não apresentaram oscilação de valor devido à baixa procura nesta época do ano, acrescenta o dirigente.
Apesar da alta, o mercado se mantém abastecido, afirma o encarregado do setor de análises e informações da Ceasa, Amauri Pereira. A tendência, garante, é de recuperação rápida do cenário e das condições de cultivo de hortaliças no Estado:
— Tivemos redução de 30% (no recebimento) das folhosas e pequeno decréscimo na qualidade (aspecto físico).
Novas práticas para proteger os cultivos
Fora do grupo das hortaliças, o impacto maior foi sobre o valor do morango. Antes da geada, o quilo do produto na Ceasa era vendido a R$ 12. Nos últimos dias, chegou a R$ 15.
O impacto só não é maior na produção porque os agricultores adotam medidas de proteção nas lavouras. Segundo o assistente técnico estadual em Olericultura da Emater, Gervásio Paulus, já é prática o preparo antecipado para instabilidades climáticas, como geada e queda de granizo. Para esses produtores, acrescenta, o maior efeito deve ser em razão do excesso de chuva no mês de junho no Estado.
— Eles fazem uso de cultivo protegido como estufa ou túnel para aumentar em um ou dois graus (centígrados) a temperatura e evitar o congelamento da água — explica Paulus.
Outra prática para amenizar perdas é o sistema de aspersão com água na produção ao amanhecer. A técnica ajuda a dissolver o gelo, evitando que se acumule na folha, detalha o assistente.
As temperaturas baixas, porém, têm seu lado positivo durante o plantio. O frio na medida certa, destaca Paulus, ajuda a controlar pragas, insetos e inços. Além disso, desempenha papel importante no desenvolvimento de frutíferas carentes de frio como pessegueiros, videiras e cítricos.
Colaborou Leticia Szczesny