As temperaturas mais altas durante o verão aumentam o risco de doenças transmitidas por alimentos e fazem com que a população precise ter mais cuidados na hora de comprar, guardar e consumir produtos principalmente de origem animal, mas também vegetal.
A situação, observa a veterinária Andrea Troller Pinto, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado (Simvet-RS), reforça a necessidade de priorizar alimentos frescos de procedência conhecida, ficar atento aos itens que necessitam ficar resfriados ou congelados e com a higiene dos locais. A vigilância deve ser ainda maior no Litoral, onde é comum consumir alimentos em quiosques e de vendedores ambulantes.
A coordenadora do Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Vegetal (SIM Vegetal) da prefeitura da Capital, Claudia Ache, dá dicas para um consumo sem riscos de verduras, legumes, frutas e conservas. No caso de folhosas, o indicado é lavar com água corrente e fazer desinfecção com água sanitária (uma colher para um litro de água potável). Frutas também devem ser lavadas para diminuir o risco de agrotóxicos, quando não se tem certeza da forma de produção. Descascar pode ser uma opção. Para legumes cozidos, o indicado é não deixá-los expostos a temperatura ambiente por muito tempo. Conservas como de palmito requerem a certeza de que o produto vem de indústria fiscalizada. Em dúvida, a dica é afrouxar a tampa e deixar o produto ferver no vidro em banho maria por 10 minutos, o que inativa a toxina botulínica.
OS CUIDADOS
Ao fazer as compras
Observar o prazo de validade do produto e a procedência. Cuidar para ver se a embalagem está amassada furada, com sinais de que foi molhada. Se o produto for congelado, analisar se não há sinais de descongelamento. Atentar também as condições gerais do estabelecimento – se está limpo e se não há sinais da presença de insetos e roedores. Se for comprar um produto resfriado, verificar se o balcão onde está o produto está em temperatura baixa. Se for carne, preferir as peças que mantêm o aspecto de vermelho brilhante. No caso de pescados inteiros, verificar se os olhos ainda têm aspecto vivo e se não há presença de muco no peixe.
Ao conservar em casa
Carnes e lácteos refrigerados devem ir imediatamente para a geladeira. As carnes cruas devem ser colocadas nas partes mais frias do refrigerador. Não devem ficar na porta da geladeira. Também pode ser congelada. Se for maturada, na própria embalagem. Se for fresca, o ideal é colocar em saco plástico de primeiro uso e retirar o ar. Distribuir no congelador evitando que fique empilhado, para congelar mais rápido e registrar o tipo de carne e data guardada. No caso de presuntos e mortadelas, observar o prazo de validade da embalagem. Se for comprar fatiado, o ideal é consumir em até dois dias. Enlatados, se não consumidos de uma vez, devem ser guardados na geladeira em recipiente de vidro, com tampa.
Em restaurantes, bares e quiosques
Atenção à limpeza do local e dos funcionários. Nos restaurantes, os alimentos do buffet precisam ser repostos com frequência, com pratos quentes mantidos em temperaturas altas e as saladas em balcão frio. Lanches como coxinhas, empadas e pastéis devem também estar em ambientes quentes, acima de 60ºC.
Na praia, cuidado ao adquirir alimentos de ambulantes. O ideal é que o vendedor use luvas para manipular o alimentos. Observar também se a mesma mão que pega o lanche não está manuseando o dinheiro do pagamento. No milho, preste atenção se a água onde foi preparado está fervendo. Quiosques devem ter água corrente.