Onde estarão as oportunidades do agronegócio em 2020 foi o tema discutido na Casa RBS no primeiro dia da 38ª edição da Expointer, no parque Assis Brasil, em Esteio. Durante o Campo em Debate, promovido por Zero Hora e Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado (Federasul), foram indicadas ações como aproveitamento de resíduos da agricultura para geração de energia, investimentos em sanidade e agregação de valor da produção agrícola. O evento foi mediado pela colunista e editora do Campo e Lavoura, Gisele Loeblein.
Chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon destacou que a automação e a tecnologia terão papel cada vez mais importante nas propriedades rurais.
- A mão de obra no campo será cada vez menor. Soluções online e sistemas inteligentes serão ainda mais demandados. - aponta o pesquisador, citando o recente lançamento de um sistema de gerenciamento para arroz irrigado.
Pllon citou também o aproveitamento de resíduos da agricultura para produção de energia, como a palhada deixada nas lavouras.
- O Rio Grande do Sul é um grande importador de etanol. A agricultura tem capacidade de gerar energia que substitua matéria-prima fóssil - resumiu.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, defendeu investimentos em sanidade para o país continuar conquistando novos mercados externos. Citou que o Brasil exporta carne de frango para 157 países, carne bovina para 140 e suína para 90 países.
- Em julho, batemos recorde de embarques de carne de frango, em um momento que o Brasil vive uma recessão econômica - disse
Turra defendeu, ainda, a necessidade de o agronegócio brasileiro agregar valor e não apenas exportar produção.
- Dez quilos de uva são dez quilos de uva. Um litro de vinho pode valer R$ 15, R$ 50 ou R$ 500 - exemplificou Turra.
Sócio-diretor da Agência Escala e produtor rural, Fernando Picoral enfatizou a necessidade de profissionalizar a gestão nas propriedades rurais
- A gestão ainda é feita de forma rudimentar. A qualidade da educação é muito baixa
Na visão de Picoral, o agronegócio no Rio Grande do Sul poderia avançar muito mais se fortalecesse o sistema cooperativo.
- Somos muito pequenos sozinhos. A nossa estrutura ainda é muito individualista. Temos que nos unir para reduzir a dependência de trades para definir o preço dos nossos produtos - concluiu.
Iniciada neste sábado, a 38ª edição da Expointer se estende até o próximo dia 6 de setembro. Até lá, a expectativa é de que aproximadamente 500 mil pessoas passem pelo parque Assis Brasil, em Esteio.