Em tempos de ajustes, surpresa no anúncio do Plano Safra da agricultura familiar, hoje, seria o governo manter as taxas do último ciclo. Apesar de seguirem defendendo que o juro fique no patamar atual, entidades do setor sabem que a probabilidade de que isso ocorra é muito remota. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), sempre foi a menina dos olhos do governo federal. Na atual conjuntura, no entanto, não deve escapar ileso.
Sobre o valor, a presidente Dilma Rousseff sinalizou na sexta-feira que o aumento de recursos será do mesmo tamanho do concedido à agricultura empresarial - 20%. Com isso, a quantia liberada somará quase R$ 30 bilhões - em 2014, foram R$ 24,1 bilhões.Nos bastidores, a informação é de que há duas correntes na questão do juro. De um lado, representantes do Ministério da Fazenda querem garantir juro de 4,5% - com o argumento da elevação nas taxas da agricultura empresarial e da Selic.
Do outro, o núcleo que vê o Pronaf como programa diferenciado, em que se deve fazer o menor número de alterações possível.
- A presidente terá de optar por uma coisa ou outra - observa integrante da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar da Câmara Federal.
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Há duas semanas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) tratou do tema Plano Safra em reuniões na Casa Civil, Fazenda e Ministério do Desenvolvimento Agrário. O que se sabe, por ora, é que os recursos deverão ser maiores, e as linhas de crédito do Pronaf, mantidas.
- Nunca disseram, principalmente a Fazenda, que não haverá aumento das taxas. Nossa luta para isso não ocorrer, no entanto, será até o último minuto - afirma Alberto Broch, presidente da Contag.
Coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado (Fetraf), Cleonice Back lembra que o setor está passando por um momento difícil, principalmente os produtores de leite:
- Nessa situação, precisamos de incentivos. O Pronaf é uma política importante para a agricultura familiar.
Do volume total de crédito liberado para a agricultura familiar, o Rio Grande do Sul costuma absorver aproximadamente 20%.
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