Depois de conseguir suspender execução que levaria a leilão duas unidades, a Cotrijui foi surpreendida com a decisão da Justiça Federal de manter a venda pública de parte da sede em Ijuí. Avaliado em R$ 36 milhões, o imóvel seria leiloado no dia 14 de outubro, em razão de cobrança de dívida referente a empréstimo com o BNDES. O processo foi suspenso quando a cooperativa decidiu pela liquidação extrajudicial, dias antes. Nova decisão, agora, determinou data para o leilão: 30 de outubro, com edital já publicado.
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O entendimento da Justiça Federal do Rio de Janeiro, onde tramita o processo, é de que a cooperativa não comprovou o quórum mínimo de 10% de todos os associados na assembleia que deliberou pela liquidação. Conforme a decisão, pelo menos 1,9 mil associados (de um total de 19 mil) deveriam ter votado. A assembleia teve mil presentes.
A partir de agora, a Cotrijui passa a correr contra o tempo para tentar salvar a unidade. Equipe de advogados da cooperativa está no Rio de Janeiro e deverá ingressar ainda nesta terça-feira com recurso para tentar reverter a decisão.
- O argumento do juiz é equivocado, pois o estatuto prevê como quórum mínimo 10% dos associados aptos a votar, ou seja, que entregaram produto na última safra - explica o advogado Claudio Lamachia, lembrando que o fato do direito ao voto ter sido estendido a todos os sócios não interfere nesse item do estatuto.
Sendo assim, conforme Lamachia, seriam necessários apenas 290 associados presentes - já que os aptos somam 2,9 mil. A decisão de agora não envolve a unidade de Chiapetta, que também estava a perigo.
- Estamos confiantes em reverter mais esse obstáculo, iremos lutar até o fim - garante o presidente liquidante da cooperativa, Vanderlei Fragoso.
Na torcida contrária estão empresas, algumas multinacionais, interessas em arrematar a unidade - estratégica no Noroeste gaúcho.