É esperado para esta terça-feira o resultado de mais uma bateria de análises na erva-mate produzida por 27 empresas associadas ao Sindicato das Indústrias de Mate do Estado (Sindimate-RS).
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As amostras foram enviadas a laboratórios particulares e os dados agora estão sendo analisados pela professora Alice Teresa Valduga, do departamento de ciências agrárias da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
Especialista em erva-mate, Alice vem compilando dados de mais de 300 análises. O material começou a ser testado depois que o Uruguai barrou uma carga brasileira do produto por conter níveis de chumbo e cádmio acima do permitido pela legislação do Mercosul - o país vizinho, aliás, deu prazo extra de 180 dias para a adaptação às novas regras.
As amostras já avaliadas no Estado são de diferentes empresas, localizadas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Em 10% das análises foram encontrados níveis acima do permitido, quando examinada a folha seca. Na infusão, forma como o produto é consumido, os resultados foram negativos.
O esforço - dos pesquisadores e das ervateiras - é tentar descobrir a origem desses metais. Algumas hipóteses são avaliadas. Uma seria o excesso de adubação química. A outra, a contaminação do solo. A poluição não está descartada.
- Nas primeiras pesquisas que fiz, há mais ou menos quatro meses, o problema apareceu na folha, ou seja, em erva-mate não processada - explica Alice.
Encontrar causas é tão importante quanto ter um procedimento padrão de análises. Não só para preservar a imagem do produto brasileiro - dentro e fora do país -, mas também para garantir a segurança do consumidor na hora do chimarrão.