As dificuldades relatadas na liberação de crédito para financiamentos feitos via Programa de Sustentação do Investimento (PSI) podem ser um problema a poucos dias da Expodireto Cotrijal, evento que têm nas máquinas e implementos um dos carros-chefes de vendas.
No ano passado, a feira realizada em Não-Me-Toque acumulou R$ 2,5 bilhões em negócios, somados todos os segmentos. Nei Mânica, presidente do evento, confia na garantia dada pelos bancos de que não haverá empecilhos para produtores interessados em fazer aquisições:
- A informação que temos dos agentes financeiros é de que o ritmo estaria se regularizando, com fluxo normal durante a feira.
Vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Milton Rego diz que a impressão de demora na liberação pode ter relação com a mudança nas operações do Finame/PSI. Antes, explica, havia dois tipos: o simples e o tradicional. Ao optar pelo modelo simples, muitos produtores já chegavam a eventos como a Expodireto com o crédito pré-aprovado. Agora, apenas o tradicional estaria sendo executado. Com isso, o processo entre a solicitação e a aprovação demora entre 30 e 60 dias a mais.
Outra alteração com efeito sobre o setor é apontada pelo economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz. No final do ano passado, o Banco Central encurtou o prazo para a entrega do registro de venda de máquinas de seis meses para 90 dias.
- Isso está exigindo uma reorganização por parte da indústria - explica o economista.
O que se viu neste início de ano é que o produtor está mais cauteloso. Até aí, não há nada de preocupante, considerando que as vendas do setor no ano passado foram recordes. O que não pode é o crédito emperrar o caminho de quem quer vender e de quem quer comprar.