A cada novo encontro entre técnicos e titulares das secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente e da Fepam, cresce a expectativa por um desfecho sobre os ajustes na licença de operação do Mais Água, Mais Renda. Como nesta terça-feira há reunião agendada, mais uma vez, as atenções se voltam aos gabinetes.
Chegar a um consenso, neste caso, não é tarefa simples e talvez a resposta definitiva ainda demore algumas semanas para sair, na forma de nova licença de operação. Nesta segunda-feira, durante o lançamento da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, o governador Tarso Genro instigou os produtores ao repetir o que havia dito no sábado, durante a abertura oficial da colheita do milho, em Pejuçara: o programa não só continua como deve ser ampliado neste ano.
A demanda não é nova. Já há algum tempo existe pedido para que se dobrem os limites do programa - hoje, açudes de até 10 hectares e áreas irrigadas de até cem hectares. Para isso, é preciso mexer nas regras atuais do projeto. Nos bastidores, a informação é de que essa ampliação é possível, mas ainda não está sendo negociada. Por ora, o que se busca é aparar arestas que possam equilibrar produção e ambiente.
Entre os pontos acordados até agora estariam o reforço do controle do programa e o envio de relatórios com dados dos projetos. A captação direta de água dos rios - ponto que gerou toda polêmica atual - está sendo analisada. Dados técnicos indicam que esse tipo de captação representa hoje 30% do programa.
Definições acerca do Mais Água, Mais Renda são fundamentais para os produtores. São eles que precisam ter parâmetros claros do que pode e do que não pode ser feito. Para isso, é preciso que todos os órgãos envolvidos estejam afinados. Quem acompanha a realidade da produção gaúcha sabe que existe espaço para a irrigação crescer no Estado. Bem além dos 70 mil hectares contemplados pelos projetos do programa.