A aposta no conhecimento como principal arma de controle da temida lagarta Helicoverpa armigera não é infundada. Em tempos de preocupação com uma praga que ainda se está aprendendo a conhecer, medidas bem-intencionadas podem produzir efeitos desastrosos na produção gaúcha. É o caso do uso desnecessário de defensivos. Na ânsia de proteger as lavouras, o produtor corre o risco de deixá-las ainda mais expostas.
Além dos técnicos da Secretaria da Agricultura, que começam a sair a campo no trabalho de monitoramento, a Embrapa deu início ontem a uma caravana que percorrerá nesta semana cinco municípios gaúchos.
O objetivo da iniciativa, que será repetida em todo o Brasil, mas começou por aqui, é disseminar o conhecimento entre os técnicos. E, em um efeito cascata, fazer a informação mais precisa chegar à ponta, no agricultor.
Entre as dúvidas mais recorrentes no grupo que esteve ontem em Vacaria, na Serra, estão a forma correta de fazer o monitoramento e o momento certo para usar produtos de combate à praga.
- Se partirmos só para o controle químico vamos perder a batalha rapidinho - adverte Paulo Pereira, pesquisador da Embrapa Trigo.
Por isso, especialistas têm batido na tecla da necessidade do manejo integrado de pragas, que pressupõe o uso de diferentes práticas para garantir a sanidade da produção. O uso desenfreado de produtos químicos pode criar uma resistência ao princípio ativo de maneira mais rápida, eliminar inimigos naturais e ter impacto ambiental.
A caravana da Embrapa, realizada em parceria com a Emater e com apoio da Universidade de Passo Fundo, segue hoje em Ijuí, depois passa por Passo Fundo (amanhã), Santa Rosa (quinta-feira) e Santa Maria (sexta-feira). A 57ª Etapa do Fórum Permanente do Agronegócio, da Federação da Agricultura do Estado, que ocorre hoje em
Não-Me-Toque, também abre espaço para debater o combate à lagarta. Tudo para espalhar o conhecimento que a temida lagarta exige.