A mudança climática coloca "a vida do planeta" em risco — advertiu o presidente americano, Joe Biden, nesta sexta-feira (11), na Conferência das Partes sobre o Clima (COP27), no Egito, prometendo que seu país cumprirá sua meta de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2030.
— A crise climática tem a ver com a segurança do ser humano, com a segurança econômica, a segurança ambiental, a segurança nacional e a vida do planeta — disse o presidente diante de representantes de quase 200 países reunidos em Sharm el-Sheikh.
— Estamos nos esforçando em fazer a nossa parte para evitar um inferno climático — completou.
Os Estados Unidos são o segundo maior emissor mundial de gases do efeito estufa, atrás apenas da China, e também são o maior produtor mundial de petróleo e gás, cuja combustão gera CO2 e metano, os principais gases causadores do aquecimento global.
Washington se comprometeu a reduzir até 2030 entre 50% e 52% de suas emissões em relação aos níveis de 2005. A meta "será cumprida", garantiu Biden, que aproveitou para fazer uma advertência ao resto do mundo.
— Todos os países devem fazer mais — disse o presidente americano.
Biden permaneceu por apenas três horas em Sharm el Sheikh, de onde partiu rumo ao Camboja para comparecer a uma cúpula do sudeste asiático. Assim que chegou ao Egito, Biden se reuniu com o presidente Abdel Fattah al Sissi. Segundo a Casa Branca, ele abordou a questão dos direitos humanos com o mandatário egípcio, no momento em que o dissidente Alaa Abdel Fattah realiza uma greve de fome prolongada na prisão.
No mesmo discurso, Biden afirmou que a guerra na Ucrânia destaca a "urgência" para o mundo de deixar sua dependência de combustíveis fósseis para trás.
— A guerra da Rússia (na Ucrânia) apenas reforça a urgência da necessidade de uma transição para que o mundo abandone a dependência dos combustíveis fósseis — frisou o líder do maior produtor mundial de petróleo e gás.
Perdas e danos
Biden, contudo, não fez qualquer menção a um dos temas quentes desta COP27: a exigência dos países em desenvolvimento de que as nações mais industrializadas, historicamente responsáveis pelo grosso das emissões, alimentem um fundo para compensá-los pelas perdas e danos da emergência climática. O debate sobre a criação desse fundo está na agenda da COP27, mas, oficialmente, há um prazo de dois anos para se chegar a um acordo.
A comunidade internacional como um todo não tem honrado sua promessa de reduzir as emissões de CO2, uma condição essencial, segundo os climatologistas, para evitar que o mundo não ultrapasse +1,5°C de temperatura média em relação à era pré-industrial. E apenas algumas dezenas de países atualizaram suas metas de redução das emissões antes da reunião de Sharm el Sheikh.
Em uma nova advertência sobre a urgência da situação, um relatório difundido pela Global Carbon Project indica que as emissões de CO2 derivadas da queima de combustíveis fósseis aumentarão 1% em relação a 2021 e baterão recorde este ano.
* AFP