A Vigilância Sanitária de Osório aponta que um herbicida foi aplicado às margens da Lagoa da Pinguela, no município do Litoral Norte, onde foi registrada a morte de peixes no início de novembro. Na época, funcionários da CCR ViaSul foram vistos aplicando pesticidas no local.
O engenheiro químico da Vigilância Sanitária de Osório, Jucelito Ferreira, relata que a vegetação ao longo da via estava queimada, o que confirmou o uso de herbicida. Para Ferreira, não houve muito critério no momento da aplicação. O laudo do órgão municipal aponta que o produto químico chegou a ser utilizado em áreas de preservação permanente (APPs).
Quanto à morte dos peixes, o engenheiro químico relata que não há um parecer conclusivo, ou seja, não foi possível explicar o que aconteceu de fato. Foi encontrado ácido diclorofenoxiacético, um composto químico utilizado em herbicidas, nos animais. Os níveis verificados da substância são considerados baixos, entretanto estão fora do ideal para o especialista.
— Os valores nos assustaram. Esperávamos que estivesse zerado em uma lagoa como essa — conta o engenheiro.
A CCR ViaSul informa que não recebeu de nenhum órgão ambiental qualquer laudo referente a esse assunto até o momento da publicação desta reportagem. Entretanto, a empresa confirma que foi utilizado no local o herbicida Glifosato, que possui a classe toxicológica III, de concentração baixa, e aplicação autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Relembre o caso
Em 11 de novembro, diversos peixes foram encontrados mortos ao longo de cerca de um quilômetro da Lagoa da Pinguela, às margens da BR-101, em Osório, no Litoral Norte. Na época, equipes da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), assim como a Vigilância Sanitária de Osório, estiveram no local coletando amostras. A hipótese era de que os peixes haviam morrido por falta de oxigênio, que poderia ter sido causada por uso de herbicidas, conforme o capitão José César Verde Selva disse à época.
