
Passado mais de um ano que o navio Log In Pantanal derrubou mais de 40 contêineres no mar em Santos, em São Paulo, parte da carga segue aparecendo no litoral norte paulista. O que mais chama a atenção são os enfeites de Natal, que chegaram a surgir também na orla gaúcha no ano passado.
De acordo com o presidente do Instituto Argonauta, — organização não governamental sem fins lucrativos de São Paulo dedicada à preservação costeira — o oceanógrafo Hugo Gallo, desde o incidente até agora já foram recolhidas mais de três mil bolinhas de Natal.
— Depois de um ano, seguimos recolhendo, mas em quantidade menor, cerca de três a cinco por dia em toda a região. No começo, eram cerca de 20 a 30 por dia.
Gallo acredita que o contêiner que caiu no fundo do mar tenha alguma fissura por onde os enfeites passam.
— Recebemos umas muito degradadas, com algas, e outras intactas. Minha teoria é que tenha uma abertura que vai soltando as bolinhas aos poucos.
Em novembro do ano passado, o Ceclimar, o centro de estudos costeiro e marinho vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), localizou alguns enfeites nas areias gaúchas. Alguns objetos foram encontrados em Capão da Canoa e na Praia das Cabras, em Cidreira, locais distantes mais de mil quilômetros do local da queda dos contêineres. Segundo Gallo, isso se explica em função das correntes que atuam no Brasil: a das Malvinas, que no inverno levam coisas do Sul para o Norte, e a do Brasil, que faz o movimento contrário.