Uma mulher forte que sempre dava a volta por cima. É assim que Dilvani Hoch, 55 anos, é descrita pelo filho, Henrique Hoch, 27. A mãe foi uma das sete vítimas do acidente com um ônibus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que aconteceu em Imigrante, do Vale do Taquari, na última sexta-feira (4).
Dilvani foi sepultada na tarde de sábado (5), no Cemitério Evangélico de Cerro Claro, no interior de São Pedro do Sul, onde nasceu e viveu a maior parte da vida como agricultora. Há aproximadamente um ano, ela tinha se mudado para Santa Maria para morar com a filha Fernanda Hoch, 20 anos, e realizar o sonho de estudar na UFSM.
Minha mãe era uma mulher muito forte, guerreira. Passou por diversas dificuldades. Sempre seguia em frente e dava a volta por cima. Estava muito feliz, realizada por voltar a estudar. Filha de agricultores, sempre viveu no Interior. Resolveu voltar a estudar e conquistar um Ensino Superior de técnico em Paisagismo.
HENRIQUE HOCH
Filho de Dilvani Hoch
Dedicada à família, junto com os irmãos, Dilvani ajudava nos cuidados com os pais, de 91 anos e 99 anos. Ela era a caçula dos sete filhos do casal e estava redescobrindo a vida, conforme uma das suas sobrinhas.
Há pouco havia se divorciado e, além do curso de Paisagismo, começou a fazer outras coisas de que gostava, como aulas de dança de salão e viajar.
— Acho que falo em nome de todos os sobrinhos que ela era uma ótima tia, que adorava nos receber. Todos temos ótimas memórias de infância na casa dela — relata a sobrinha, que preferiu não se identificar.
Henrique também conta que Dilvani era muito religiosa e só desejava o bem:
— Vai ser difícil para nós seguirmos em frente, mas vamos seguir com as boas lembranças, ensinamentos e principalmente amor, que ela tanto tinha por nós. Um recado muito importante que quero dar a todos filhos é para que sempre digam a suas mães que as amam e, sempre que possível, deem abraços bem apertados nelas.