Após os vereadores aprovarem um projeto de lei que determina que semáforos sejam configurados em sistema de amarelo piscante entre 0h e 5h, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) alega que a medida aumenta o número de acidentes de trânsito na Capital.
Técnicos da EPTC e de fora da empresa chegaram a essa conclusão após um estudo técnico avaliar, há 8 anos, todos os acidentes ocorridos durante a madrugada com sinaleiras em amarelo piscante e também em funcionamento normal.
"O condutor está chegando no semáforo, ele vê em amarelo piscante e toma a decisão de continuar. O outro condutor que está na transversal ele também vê isso e também toma essa decisão. Isso induzia os condutores a prosseguir sem a cautela necessária e gerar o acidente", explicou o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, em entrevista ao Gaúcha Repórter.
Cappellari também afirmou que não há aplicação de multas para o motorista que passa no sinal vermelho durante a madrugada com cautela e garantindo a segurança no trânsito.
Para garantir a segurança do motorista, no ano passado a prefeitura da Capital, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, reduziu o tempo do sinal vermelho entre 23h e 5h, fazendo com que o condutor fique parado por menos tempo no cruzamento e, com isso, menos exposto a assaltos.
Outro ponto levantado pela prefeitura é de que a a medida fere o Código Brasileiro de Trânsito, e apenas o Governo Federal, através do Conselho Nacional de Trânsito (Contram) pode tomar decisões sobre a legislação de trânsito.
O autor do projeto, vereador Bernardino Vendruscolo (PROS), defende que a alteração dos semáforos para amarelo piscante traria mais segurança aos porto-alegrenses e que nem todos os cruzamentos da Capital seriam beneficiados pela mudança.
"Não são todos os semáforos. Serão naqueles semáforos que tecnicamente será possível. [...] Em determinados momentos na madrugada, os condutores ficam entre a cruz e a espada, não sabe se corre o risco de ser assaltado ou se toma uma multa", disse o vereador.
Para começar a valer, o projeto precisa da assinatura do Prefeito de Porto Alegre, e a sanção ou não da proposta ficará a cargo de Nelson Marchezan Júnior.