Caminhoneiros protestam, nesta segunda-feira, em rodovias de diferentes Estados, incluindo o Rio Grande do Sul, contra a alta do diesel, dos pedágios e pelo aumento no valor dos fretes. Pelo menos 16 cidades sofreram com bloqueios em rodovias federais e outros 13 em vias estaduais durante o dia. Os protestos iniciaram ainda pela manhã e devem encerrar até as 20h, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Entre os quilômetros 62 e 66 da BR-392, em Pelotas, no sentido Interior-Capital, pelo menos, até as 18h. Caminhões de carga - exceto cargas vivas, ração e leite - foram sendo parados nos acostamentos e em um posto de combustíveis. Segundo a Ecosul, concessionária que administra a rodovia, os manifestantes liberaram passagem de carros e ônibus. Pneus foram sendo queimados na pista.
Na BR-386, km 50, em Seberi, cerca de 10 caminhões estacionaram no acostamento da rodovia, deixando o trânsito lento, mas sem grandes alterações. Caminhões foram impedidos de passar.
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Na BR-392, em São Sepé, dezenas de manifestantes se reuniram na altura do km 297. Máquinas agrícolas e caminhões foram deslocados para o local. Veículos de carga foram impedidos de passar.
A Polícia Rodoviária Federal informa bloqueio na BR-285, na altura do km 274, em Mato Castelhano, distante 20 quilômetros de Passo Fundo. A passagem foi fechada para caminhoneiros, mas os carros de passeio foram liberados. Há interdições também no km 458, em Ijuí. Na BR-472, no km 115, também houve interdições.
Pontos de bloqueio nas rodovias estaduais, conforme o CRBM:
Lista atualizada de rodovias bloqueadas no RS devido a manifestação de caminhoneiros: pic.twitter.com/yBKuf1lb0q
OUTROS ESTADOS
São Paulo
Por volta das 8h da manhã, a Fernão Dias, em São Paulo, estava com três pontos de concentração e apenas ônibus e carros de passeio podiam seguir pela rodovia - os caminhões eram obrigados a parar e estacionar na faixa da direita.
A Polícia Rodoviária Federal informa que tenta negociar desde às 6h de domingo para desocupação da rodovia. Entretanto, a PRF diz não haver uma liderança clara do movimento, o que dificulta o processo. O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), Claudinei Pelegrini, não endossa a manifestação. Ele avalia ser "utopia de reduzir preço de óleo diesel e pedágio", e que a manifestação deveria ser feita "em casa", com os motoristas deixando de entregar as cargas, e não bloqueando as rodovias.
- Além de prejudicar os outros usuários das rodovias, parar na pista é correr risco, ser depredado, ser apreendido - explica. - Nós entendemos que a reivindicação é válida, mas o caminho não é esse - acrescenta.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, por volta das 8h, a manifestação dos caminhoneiros provocou 19 quilômetros de filas pela via no sentido de Belo Horizonte - do 680 ao 677, do 638 ao 636, do 622 ao 617 e do 522 ao 513. No sentido de São Paulo - e no de São Paulo, do 496 ao 513, do 616 ao 617 e do 676 ao 677. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram quase 17 quilômetros de problemas.
Paraná
No Paraná, no início desta segunda, estavam interditados os seguintes trechos para caminhões: Pérola d'Oste km 64 da BR-163, passando somente automóveis; BR-369 Km 179, praça de pedágio de Arapongas; Medianeira km 667 da BR-277; Santo Antonio do Sudoeste km 32 da BR-163. No domingo, 22, após negociação, a PRF desobstruiu a pista da BR-277, que estava bloqueada por caminhões em Guarapuava.
Mato Grosso do Sul
Em Dourados, Mato Grosso do Sul, no km 256 da BR-163, a rodovia foi interditada por caminhoneiros desde a manhã.
Goiás
Em Goiás, a BR-364, principal corredor de escoamento graneleiro de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, houve bloqueio no perímetro urbano de Jataí, próximo do quilômetro 198, segundo a PRF. Um novo bloqueio na mesma rodovia, mas no quilômetro 300 também foi feito. A corporação informa que, no domingo, durante todo o período da manhã e até as 17h, outras rodovias na região do sudoeste goiano também foram bloqueadas: em Mineiros, na BR-364, e em Caiapônia, na BR-158.
"A manifestação foi pacífica e a desocupação voluntária. Entretanto, ocorreram algumas contendas e discussões entre os próprios caminhoneiros, pois alguns não queriam participar da manifestação, mas estavam impedidos de seguir viagem" informou a PRF. A PRF acompanha e negocia com os manifestantes, "especialmente para garantir a passagem de veículos em casos de urgência".
Santa Catarina
Chegou a 10 o número de pontos em que a passagem de caminhões está interrompida nas rodovias catarinenses na manhã desta segunda-feira. As informações foram repassadas pelas polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv). Na maioria dos trechos, manifestantes permitiram apenas a passagem de carros de passeio, ônibus, cargas perecíveis e veículos oficiais. Um novo ponto de interrupção foi registrado pela PRF em Guaraciaba, próximo ao trevo de Anchieta.
* ZH com informações de Estadão Conteúdo, Diário de Santa Maria e Rádio Gaúcha