Só em 2024, cerca de 3,5 mil pessoas foram multadas por não pagar o estacionamento rotativo em Passo Fundo. O levantamento é da Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo (Codepas), que administra a área azul da cidade.
Ao todo, foram emitidas cerca de 75 mil tarifas no valor de R$ 40 para motoristas que não pagaram o estacionamento. Dessas, 3,5 mil não foram pagas e resultaram em multas.
Conforme a lei municipal, a tarifa de R$ 40 é aplicada aos motoristas que deixam de pagar o estacionamento ou excedem o limite de 2h. O prazo para quitar é 48h.
Caso a situação não seja regularizada, o caso é encaminhado para análise da Secretaria Municipal de Segurança Pública, que pode multar o motorista. A infração é considerada grave e resulta em multa de R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Segundo o diretor-presidente da Codepas, Cristiam Thans, o dado de multas atuais é considerado alto, porque o objetivo da empresa não é gerar multas:
— Muita gente ficou com a dívida com o Município por ter utilizado o espaço sem pagar pelo horário, receber a tarifa e também não pagar essa tarifa. O objetivo do estacionamento rotativo não é gerar multa, então esse número está muito grande. Nosso foco é aumentar o número de usuários diários e dar rotatividade às vagas.
Hoje Passo Fundo tem 2.129 vagas de estacionamento rotativo, localizadas na região central da cidade. Com base nos dados do ano passado, das 280 mil utilizações no ano, a média é de que as vagas sejam utilizadas 1.060 vezes ao dia.
Comparando os números, é possível perceber que há uma “subutilização” das vagas, com pessoas utilizando sem pagar pelo espaço.
— Os números mostram que muita gente está utilizando sem pagar a tarifa. E nós podemos ter uma potencialidade maior de utilização, triplicar os números. Como pode ser usado por até 2 horas, podemos ir para uma média de 4 mil utilizações — almeja Thans.
A opinião de quem usa
Quem utiliza o estacionamento rotineiramente não se importa de pagar pelo serviço, mas sugere algumas movimentações. Na opinião do represente comercial Paulo de Oliveira, as opções de pagamento poderiam evoluir ainda mais, com recargas no aplicativo:
— Acho o modelo meio arcaico. Tem modelos em cidades vizinhas que são melhores, como opções de colocar saldo e os fiscais irem descontando. Acho que facilitaria para quem utiliza.
Já a aposentada Idenir Ribas entende que o serviço está de acordo com suas necessidades:
— Nunca tive nenhum problema, acho o serviço bom. E tem cidades da região que cobram até mais caro.
Quem visita à cidade, como o servidor público aposentado Mauro Alberto Merlin, tem algumas dificuldades. Morador de Rondinha, ele veio a Passo Fundo para uma consulta médica e demorou para entender como pagar com cartão:
— Rodei alguns parquímetros até achar o que aceitasse cartão, tive que pedir ajuda. Mas quando encontrei foi bem tranquilo, paguei e resolvi o problema.
Em junho de 2024, a Codepas instalou 50 equipamentos que aceitam pagamento via Pix e cartões de débito e crédito, além das tradicionais moedas. Eles estão espalhados pela cidade e contemplam toda a zona azul.