Um equino trazido do estado do Rio de Janeiro, para participar de competições no Jockey Club de Porto Alegre, pode estar contaminado com a zoonose bacteriana mormo. A doença pode contagiar outros animais e até seres humanos, podendo levar a óbito.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS (SEAPA) informa que o animal estava sendo levado ao estado de origem quando o teste, que é realizado em todos os animais em trânsito, foi inconclusivo. Com o alerta da Defesa Civil, um teste maleína, que consiste em injetar uma substância no animal e aguardar a reação, foi solicitado ao Ministério da Agricultura, Pecuária, para um diagnóstico preciso. A substância será enviada de Minas Gerais e deve chegar ainda esta semana. Caso o resultado seja positivo, o cavalo será sacrificado e todos os 700 animais que estão no Jockey Club do Cristal também passarão por testes.
A SEAPA informa que o animal com suspeita da doença segue isolado, e nenhum cavalo entra ou sai do hipódromo enquanto o caso não for esclarecido, uma medida preventiva Defesa Sanitária, já que é uma doença considerada grave.
Segundo o veterinário do Departamento de Defesa Agropecuária, Fernando Groeff, o contágio é respiratório, na maioria das vezes, e também por uso de materiais como seringas. O principal sintoma que caracteriza a doença em animais é respiratório, afetando gravemente o pulmão e debilitando o animal. Nos humanos também afeta o sistema respiratório, mas o sinal clínico é bem mais descrito, como nódulos, dores musculares e febre.
O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infecto-contagiosa, considerada incurável, e tem como agente a bactéria Burkholderia mallei; pode também ser contraída por outros animais como o cão, gato, ovelha e até o homem. Essa enfermidade é conhecida há vários séculos e, no ano de 1968, foi considerada extinta no Brasil. No entanto, estudos sorológicos realizados nos anos de 1999 e 2000 detectaram a presença da doença em alguns estados do nordeste brasileiro. Já nos Estados Unidos e na Europa, esta doença foi erradica; na África e Ásia frequentemente é diagnosticada.
No Rio Grande do Sul não há registros anteriores da enfermidade, mas tem aumentando muito nos últimos anos no País, com o aparecimento de focos em estados onde a doença ainda não havia ocorrido. Dados de junho de 2013 apontam que 17 estados do Brasil já notificaram a ocorrência de Mormo.
None