
Mianmar, China e Tailândia sentiram os efeitos de um terremoto de magnitude 7,7 nesta sexta-feira (29). O evento, que causou mortes e destruição em grandes áreas da Ásia, foi considerado grande segundo a Escala Richter. Para classificar a intensidade de tremores como esse, são necessários uma série de cálculos e medições.
Quando ocorre um terremoto, a energia acumulada nas rochas da crosta terrestre é liberada de forma repentina. A partir do alívio de tensão, são propagadas ondas sísmicas que viajam pelo interior da Terra e chegam à superfície. Quanto mais forte o terremoto, mais intensas são essas ondas, que são o que causam a percepção do tremor.
— Essa propagação de ondas sísmicas no interior da crosta terrestre ocorre naturalmente, em virtude da dinâmica do planeta. Temos um manto, sólido, que está abaixo da crosta, mas que tem um movimento de convecção. Esse movimento tem como força motriz, basicamente, o calor do decaimento radioativo das rochas que compõem o manto, e é responsável pelo movimento da tectônica de placas no planeta. Onde essas placas se chocam, temos a liberação de tensão ao longo de falhas — explica Felipe Leitzke, professor do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Como é feita a medição?
De acordo com o especialista, aparelhos conhecidos como sismógrafos são responsáveis por medir a amplitude dessas ondas sísmicas geradas por terremotos. Esses equipamentos atuam continuamente, medindo as ondas sísmicas o tempo inteiro. O registro é feito em um gráfico chamado sismograma e, com base nesses dados, a magnitude de um tremor é calculada.
— A Escala Richter tem outra peculiaridade. Ela é um pouco arbitrária, no sentido de que ela quantifica o sismo (tremor de terra) com base também nos danos causados. O sismo, de acordo com a escala, é medido por uma escala logarítmica. Quer dizer que cada unidade nessa escala aumenta 10 vezes. Então 7,7 foi bastante alto — avalia Leitzke.
É por isso, garante o professor, que é possível prever a localização dos abalos sísmicos, mas não quando serão registrados. Os terremotos geralmente ocorrem em falhas geológicas, como a de San Andreas, na Califórnia, nos Estados Unidos, e em localidades que ficam em limites de placas tectônicas, como o caso desta sexta-feira, que ocorreu no limite entre a placa indiana e a da Euroásia.