A obra da Estação 14 Bis-Saracura, da futura Linha 6-Laranja do Metrô, no centro de São Paulo, vem revelando surpresas arqueológicas. Novos objetos - como fio de contas, conchas e imagem religiosa - foram encontrados.
Com as descobertas feitas em 25 de setembro deste ano, no total, mais de 40 mil objetos já surgiram durante as escavações, segundo o movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai.
As surpresas arqueológicas fazem com que a Estação 14 Bis - uma das 15 previstas na linha que vai ligar Brasilândia, na Zona Norte, à região central da capital paulista - possa ter seu cronograma de entrega modificado.
Durante os trabalhos, foi descoberto um sítio arqueológico no local, o que vem causando o atraso nas obras. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disse que o processo de liberação da área é realizado com "a máxima celeridade".
Quando pronta, a linha vai atender mais de 600 mil pessoas. Conforme o governo paulista, o cronograma prevê o funcionamento da linha entre as estações Brasilândia e Perdizes, totalizando nove estações.
A estação 14 Bis-Saracura é de longe a mais atrasada, o que se deve principalmente aos achados arqueológicos no local. O trecho entre Perdizes e São Joaquim (Linha 1-Azul), com outras seis estações, incluindo a 14-Bis, está previsto para ser concluído até outubro de 2027.
Sítio arqueológico
Ainda em 2022 foi encontrado um sítio arqueológico provavelmente do Quilombo do Saracura, que teria se instalado no local em 1889. O achado levou o Iphan a iniciar um trabalho de prospecção no local, que resultou em novas descobertas, como louças, vidros e materiais do início do século 20.
O Iphan informou que não há embargo ao empreendimento e a empresa de consultoria contratada pela construtora segue realizando todas as atividades de pesquisas no canteiro do sítio arqueológico Saracura, "tendo em vista que está vigente portaria de autorização de resgate arqueológico".
O órgão federal diz que o governo de São Paulo está ciente e tem entendimento concordante com as etapas de obras que devem ser precedidas de pesquisas arqueológicas. "Reforça-se que a velocidade e o tempo dessas pesquisas não dependem deste instituto, mas seguem de acordo com os achados arqueológicos e as condições hídricas, geológicas e de segurança, considerando alinhamentos entre a equipe de arqueologia e a equipe de engenharia encarregada das obras", disse, em nota.