Um grupo de pesquisadores da Northwestern University, em Illinois, nos Estados Unidos, criou o menor robô ambulante do mundo, que mede apenas meio milímetro de largura. A tecnologia é controlada remotamente e será utilizada para ajudar em procedimentos cirúrgicos e no conserto de máquinas em espaços extremamente pequenos, onde, por exemplo uma chave inglesa não seria capaz de encaixar. A pesquisa foi publicada na quarta-feira (25) na revista científica Science Robotics.
O robô ainda está na fase de testes e reparos, e não há previsão de quando a tecnologia será lançada no mercado. Segundo os pesquisadores, o formato de um caranguejo peekytoe em miniatura foi escolhido por um capricho criativo, mas a técnica desenvolvida por eles permite criar robôs em praticamente quaisquer outros formatos necessários e desejados.
A tecnologia na qual o robô foi baseado foi originalmente desenvolvida há oito anos. As peças são fixadas em um substrato de borracha esticado e, quando o material é relaxado, o dispositivo aparece em sua forma. Além disso, ao calibrar cuidadosamente as peças da base, a forma do robô pode ser controlada com precisão. As partes móveis do caranguejo robótico são feitas de um material de liga que tem memória de forma. Esses materiais alternam entre duas formas diferentes, dependendo se estão sob aquecimento ou não.
De acordo com os criadores, lasers foram utilizados para aquecer partes específicas do robô e à medida que a temperatura vai aumentando, essas partes se transformam em uma forma diferente e impulsionam a tecnologia para a frente. Para o funcionamento desta invenção, não é necessário o uso de uma fonte de energia ou motor. Além disso, uma fina camada de vidro garante que os componentes voltem à sua forma original quando resfriados.
Quando os lasers são apontados para diferentes seções do robô, os pesquisadores conseguem definir a direção de locomoção. Ao promover um ajuste na frequência de varredura a laser, a velocidade de movimento da tecnologia também pode ser modificada. Com isso, a invenção apresenta uma grande variedade de movimentos, incluindo dobrar, torcer, rastejar, andar, girar e até pular .
"Nossa tecnologia permite uma variedade de modalidades de movimento controlado, e os robôs poderão andar em uma velocidade média comparada com a metade do comprimento do corpo por segundo" explicou Yonggang Huang, pesquisador que liderou o trabalho teórico, em release enviado aos veículos de comunicação.
John Rogers, pesquisador que liderou o trabalho experimental, explicou em comunicado divulgado à imprensa, que quanto menor o tamanho dessa tecnologia, mais rápido será seu funcionamento e mais resistente a forças externas ela será, o que explica o objetivo do projeto em produzir robôs cada vez menores. Além disso, Rogers salientou que por conta do pequeno tamanho das estruturas, o resfriamento é rápido.
"A robótica é um campo de pesquisa empolgante, e o desenvolvimento de robôs em microescala é um tópico divertido para exploração acadêmica", acrescentou John.
Apesar do estudo ainda ser exploratório, os pesquisadores pretendem trabalhar nos ajustes e reparos para lançar a tecnologia em breve e para que ela possa contribuir em procedimentos minimamente invasivos, como reparo ou montagem de pequenas estruturas ou máquinas na indústria, como assistentes cirúrgicos para limpar artérias entupidas, parar hemorragias internas ou eliminar tumores.