
Uma câmera de segurança de um estabelecimento da Cidade Baixa, em Porto Alegre, flagrou o momento em que um torcedor do Atlético Nacional foi agredido por outros apoiadores do clube colombiano, na quinta-feira (10). O homem, que ainda não foi identificado, teve a morte confirmada no Hospital de Pronto Socorro na noite de sexta-feira.
As imagens foram obtidas e publicadas na rede social X pelo portal Publimetro Colômbia. No vídeo, com um minuto e 43 segundos de duração, é possível ver que o homem tenta se abrigar em uma lancheria, que estava fechando a cortina de ferro. A vítima é puxada para fora pelos agressores, que a espancam.
É possível contar pelo menos nove agressores. Um deles usa uma barra de ferro para atingir a vítima por diversas vezes.
O vídeo está com o Departamento de Homicídios da Polícia Civil, que mantém sigilo sobre a investigação. Até o momento, ninguém foi preso, e a Polícia Civil afirma que quer evitar que os suspeitos saiam do Brasil antes da prisão.
Uma das hipóteses é de que o homem agredido nesta imagem esteja envolvido na morte do outro torcedor do Atlético de Nacional, Alejandro Lopera Zuluaga, de 27 anos, morto a facadas. Conforme testemunhas, as agressões podem ter ocorrido como uma retaliação ao suspeito de esfaquear Alejandro.
O Atlético Nacional enfrentou o Inter no Beira-Rio na noite de quinta, em jogo válido pela fase de grupos da Copa Libertadores da América.
Testemunha local
Uma moradora da Rua João Alfredo conta que ouviu gritos por volta das 3h20min. Da sacada de casa, a artista plástica Jaire Sutelo viu "boa parte da briga".
— Eu vi quando eles (torcedores) correram, ouvi os gritos e saí na sacada. Eles vieram correndo, desesperados, o cara (uma das vítimas) veio desesperado na frente — conta.
Jaire relata que havia muito sangue em um dos torcedores agredidos. Conforme a artista plástica, um grupo de seis a 10 homens cercou a vítima e a agrediu. Ela viu quando o torcedor tentou "rastejar" por baixo da grade de uma lanchonete em busca de abrigo.
— Tava meio baixa a grade, aí ele conseguiu deslizar, se jogar para dentro. Eles continuaram batendo e tentando entrar, aí o pessoal (da lanchonete ficou) tentando segurar a grade.
A artista plástica ainda conta que gritou na tentativa de dispersar os agressores, mas não surtiu efeito.
— Eu comecei a ligar para a Brigada, para tentar chamar, e gritar daqui da sacada, para ver se fazia alguma coisa, porque dá uma sensação de impotência, de não poder ajudar.