
A Polícia Civil investiga se os suspeitos de torturar mulheres no bairro Sarandi, em Porto Alegre, têm ligação com o tráfico de drogas. O caso de tortura foi descoberto na última quarta-feira (19). Os homens, de 18, 19 e 20 anos, estão presos preventivamente. Um menor, de 16 anos, supostamente envolvido no crime, foi internado. As três vítimas passam bem.
Conforme a delegada Ana Flávia Leite, da 2ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico, a suspeita surgiu porque os homens teriam gravado na perna da mulher de 33 anos, com auxílio de uma faca, um símbolo que faz alusão a uma organização criminosa.
Além disso, as vítimas teriam relatado à polícia que a tortura foi empregada porque os criminosos acreditavam que elas estariam repassando informações sobre o tráfico de drogas na região para facções rivais.
— O nosso próximo passo é confirmar a associação deles ao crime. Temos indícios de que eles integram uma facção, mas vamos adentrar um pouco mais a investigação para confirmar. Também queremos entender qual é a atuação deles dentro dessa organização — detalha a delegada.
A polícia também investiga a relação das vítimas e dos suspeitos.
O caso
O caso foi descoberto na quarta-feira (19), quando uma equipe do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) realizava ação contra o tráfico de drogas no bairro Sarandi. Conforme o delegado Carlos Wendt, gritos de socorro foram escutados em uma residência, fazendo com que os policiais civis realizassem uma abordagem.
No local, encontraram duas mulheres, de 27 e 33 anos, sendo submetidas a uma sessão de tortura. A dona da casa, de 55 anos, também estava no local e teria sido obrigada a ceder a residência para a prática do crime. Na sequência, ela teria sido mantida em cárcere privado pelos suspeitos.

Na residência, a polícia encontrou instrumentos como facas e martelo, que foram utilizados na sessão de tortura. De acordo com a delegada Ana Flávia Leite, as vítimas tiveram os cabelos cortados e sofreram diversas agressões físicas.
Uma delas, uma mulher de 33 anos, afirmou à polícia que foi torturada por mais de duas horas.
— As vítimas informaram que (durante a tortura) os agressores gravavam vídeos e mandavam pra outra pessoa. Além disso, faziam ameaças constantes de morte — acrescentou o delegado Carlos Wendt.
A vítima de 33 anos foi encaminhada para atendimento médico devido a lesões com hematomas e sangramentos aparentes, especialmente no rosto e na coxa.