
O júri de Alexsandro Gunsch, 49 anos, réu pela morte da personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, está marcado para o dia 25 de abril, a partir das 8h. A nova data para o julgamento do companheiro da vítima foi definida após ele estabelecer nova defesa.
O homem seria julgado em 6 de março, em Montenegro, no Vale do Caí, onde aconteceu o crime. Contudo, a sessão foi suspensa logo no início, após o acusado apresentar um documento que revogava a atuação da advogada Daniela Schneider Couto, que lhe defendia até então, adiando o julgamento.
Gunsch tinha até 10 dias para apresentar nova defesa, o que ocorreu na última sexta-feira (14). Os advogados Ezequiel Vetoretti, Rodrigo Grecellé Vares e Eduardo Vetoretti assumiram o caso.
Em nota a Zero Hora, eles afirmaram que estão analisando o caso e que se manifestarão nos autos do processo (veja a nota na íntegra abaixo).
Gunsch responde por feminicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele está preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas I.
Relembre o caso
Débora Michels Rodrigues da Silva, 30 anos, foi encontrada morta na manhã do dia 26 de janeiro do ano passado, em frente à casa dos pais. À Polícia Civil, o homem admitiu ter agredido a mulher e ter abandonado o corpo dela na calçada.
Em depoimento, Gunsch disse à polícia que, durante uma discussão, ele e a vítima trocaram agressões. Na sequência, ele teria a segurado pelo pescoço, a levantado e a arremessado contra um guarda-roupas, momento em que a vítima teria começado a passar mal.
Depois, ele relata que colocou Débora no carro e, no deslocamento, percebeu que ela estava morta. Gunsch disse ter ficado desesperado com a situação e decidido deixar o corpo em frente à casa da família.
No entendimento do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), no entanto, o crime teria acontecido de outra forma. Para a acusação, ele assassinou Débora de forma premeditada. Após fazer uso de cocaína, por estar irritado pelo término do relacionamento, teria esganado a personal trainer.
Na sequência, o homem recolheu o corpo dela, colocou em seu carro e abandonou em frente à casa dos pais dela, conforme o MP-RS. A morte, conforme certidão de óbito, foi causada por asfixia mecânica. Para o Ministério Público, o motivo torpe se dá em razão do sentimento de posse do réu em relação à vitima.
Dois dias antes de ser encontrada morta, Débora havia feito a vistoria no imóvel onde planejava recomeçar a vida.
O que diz a defesa de Alexsandro Gunsch
"A defesa de Alexsandro Gunsch, recentemente constituída, informa que assumiu o caso na sexta-feira passada, e se encontra em fase de análise aprofundada dos autos e das provas. Como é de conhecimento público, trata-se de um processo complexo, que demanda estudo minucioso e cauteloso para que possamos atuar com a técnica e o comprometimento que o caso exige.
Nosso compromisso é garantir que a ampla defesa e o contraditório sejam plenamente respeitados, assegurando que todas as circunstâncias dos fatos sejam devidamente analisadas no Tribunal do Júri, sem nenhuma forma de prejulgamento. Para tanto, entendemos que o local legítimo, adequado e competente para discussão de provas é o processo. Por isso, nossas manifestações ocorrerão exclusivamente nos autos, até mesmo por lealdade aos jurados, que serão instigados a analisar elementos inéditos que só os autos revelam.
Confiamos na seriedade do Poder Judiciário e reafirmamos que nosso trabalho será pautado pelo respeito às instituições, às partes e seus familiares, bem como pela demonstração da verdade, com a observância rigorosa das garantias constitucionais.
Ezequiel Vetoretti
Rodrigo Grecellé Vares
Eduardo Vetoretti
Advogados de Defesa"