
O comerciante Igor Peretto, 27 anos, foi assassinado a facadas em 31 de agosto de 2024, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Segundo as investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o crime teria sido premeditado e envolveu sua esposa, Rafaela Costa, sua irmã, Marcelly Peretto, e seu cunhado e sócio, Mario Vitorino.
O trio é acusado de planejar a morte da vítima por questões financeiras e para eliminar um suposto "obstáculo" em um relacionamento extraconjugal entre os três. A primeira audiência do caso ocorreu nesta quinta-feira (20).
As investigações apontam que Igor foi atraído ao apartamento de sua irmã, onde recebeu múltiplas facadas.
O MP-SP sustenta que os acusados chegaram a pesquisar na internet "quanto tempo um corpo demora para cheirar", o que reforça a suspeita de que o crime foi planejado com antecedência. As informações são do g1.
Entenda o caso
O assassinato de Igor Peretto teria sido articulado por sua esposa, Rafaela Costa, sua irmã, Marcelly Peretto, e seu cunhado e sócio, Mario Vitorino. De acordo com a promotoria, Rafaela e Marcelly atraíram a vítima ao apartamento, onde ele foi esfaqueado por Mario.
Pai de dois filhos com Rafaela, Igor teria começado a desconfiar do envolvimento entre sua esposa e seu cunhado antes de ser morto. No dia do crime, ele viu uma ligação de Rafaela aparecer no sistema CarPlay do carro de Mario, identificada como “Rafaela Cunhada”.
Segundo depoimentos, isso gerou uma discussão acalorada entre os dois. Igor então exigiu explicações e ordenou que Mario o levasse até o apartamento de Marcelly para confrontá-los.
— Vocês estão todos contra mim, tudo armando contra mim. Eu era o único que não sabia de nada — teria dito Igor, segundo uma das testemunhas.
Vantagens financeiras
Além disso, os promotores apontam que a morte do comerciante proporcionaria vantagens financeiras aos acusados: Rafaela poderia receber herança, e Mario assumiria a liderança da loja de motos que tinha em sociedade com a vítima.
O laudo necroscópico indica que Igor recebeu múltiplas facadas e que, caso tivesse sobrevivido, teria ficado tetraplégico. O crime foi classificado pelo MP-SP como homicídio qualificado por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Prisão
Marcelly e Rafaela se entregaram à polícia em 6 de setembro, enquanto Mario foi preso nove dias depois, escondido na casa de um parente da viúva, em Torrinha (SP).
Inicialmente detidos de forma temporária, tiveram a prisão convertida para preventiva em outubro. A audiência realizada nesta quinta-feira é um passo decisivo para o desfecho do caso.
O juiz deve determinar se os réus serão levados a júri popular ou se a acusação será rejeitada por falta de provas. Caso a sentença de pronúncia seja confirmada, o trio enfrentará julgamento popular nos próximos meses.
O que dizem as defesas
Os advogados dos acusados contestam a versão do MP-SP. Leandro Weissmann, defensor de Marcelly, afirmou que a cliente está sendo alvo de um "linchamento virtual" e que a prisão dela "se mostra injustificada".
Marcelo Cruz, advogado de Rafaela, ressaltou que a audiência representa uma oportunidade para esclarecer os fatos e construir a defesa.
O g1 procurou o advogado Mario Badures, que defende Mario, mas não obteve retorno do mesmo até o fechamento do material. O espaço desta reportagem está aberto para a manifestação da defesa do acusado.
Como foi a primeira audiência
Nesta quinta-feira (20), os três acusados compareceram ao Fórum de Praia Grande para a primeira audiência de instrução e julgamento. O encontro começou pela manhã e terminou por volta das 19h30min, com a audição de cinco testemunhas.
Segundo o irmão da vítima, o vereador Tiago Peretto, Mario Vitorino teria debochado da situação e feito um "gesto de facção criminosa" com as mãos ao chegar algemado ao tribunal. Marcelly e Rafaela entraram juntas.
A Justiça determinou uma nova audiência para 7 de maio, devido à quantidade de testemunhas ainda a serem ouvidas. Ao fim dessa etapa, o juiz decidirá se os réus serão levados a júri popular ou se a denúncia será rejeitada por falta de provas.