
Correção: a Justiça negou o pedido da Polícia Civil referente à prisão preventiva de um ex-namorado da jovem, e não o deferiu como publicado entre as 8h19min e as 17h37min de 6 de março. O texto já foi corrigido.
A Polícia de São Paulo encontrou na quarta-feira (5) o corpo da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17 anos, moradora de Cajamar, na Grande São Paulo. Ela estava desaparecida há uma semana. De acordo com as autoridades, o corpo estava em uma zona de mata.
O delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano, disse à TV Globo que chegou a pedir à Justiça a prisão temporária do ex-namorado de Vitória por suspeita de envolvimento no homicídio. A Justiça paulista, porém, indeferiu o pedido. O nome dele não foi divulgado.
— Há uma grande suspeita de que ele não teria participado o crime, mas que saberia que o crime seria executado —contou Galiano.
De acordo com Galiano, a suspeita é de que a adolescente tenha sido morta por vingança, com a participação de pessoas ligadas a uma fação criminosa.
Desaparecimento
Vitória desapareceu depois de deixar o trabalho, no restaurante de um shopping, em Cajamar, na noite de 26 de fevereiro. Imagens de câmeras de monitoramento mostram a adolescente caminhando pela rua até o ponto de ônibus. No local, ela conversa com uma amiga. Segundo testemunhas, Vitória foi seguida por um carro com quatro rapazes após descer do ônibus.
Antes de desaparecer, a garota enviou áudios para uma amiga aos prantos, contando que temia por sua segurança e que havia sido assediada pelos homens que estavam no carro.
O prefeito de Cajamar, Kauãn Berto, decretou três dias de luto oficial em memória de Vitória. "Esta é uma perda irreparável que causa imensa dor à sua família, amigos e a toda a comunidade cajamarense", afirmou em nota.
Marcas de violência
De acordo com a Guarda Civil Municipal, a adolescente tinha ferimentos profundos na garganta. O corpo estava nu e parcialmente esquartejado, sinais indicativos de crueldade. Os cabelos longos dela tinham sido raspados e os braços estavam amarrados com uma fita plástica. Como o corpo pode ter permanecido um certo tempo no local, há também a hipótese de que alguns ferimentos tenham sido causados por animais.
Questionada sobre a violência sofrida pela adolescente, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que foram requisitados exames periciais ao Instituto Médico Legal (IML) para o corpo da vítima. Os laudos estão em elaboração.
Os agentes que participaram das buscas acreditam que Vitória foi mantida em cativeiro por alguns dias, antes de ter o corpo levado para o local de mato, entre a Estrada Francisco Missé e a João Felix Domingues, próximo ao Sítio São Pedro.
Os familiares de Vitória reconheceram o corpo pelas tatuagens e pelo piercing que ela usava. A prefeitura de Cajamar mobilizou mais de 100 agentes, entre guardas municipais e integrantes da Defesa Civil, nas buscas por Vitória.