
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se reunirá na próxima sexta-feira (21) com a corregedora da instituição para avaliar quais medidas legais serão tomadas referente ao caso de um estudante que compareceu à cerimônia de formatura com uma suástica pintada no rosto.
Em entrevista ao programa Gaúcha Mais na tarde desta quarta-feira (19), a reitora da UFRGS, Márcia Barbosa, confirmou que a instituição não descarta suspender a emissão do diploma do estudante. (Ouça a entrevista no final do texto.)
A reitora também explicou que a cerimônia realizada na terça-feira (18) é apenas uma cerimônia, e que o diploma não foi emitido, e por isso não seria o caso de cassação.
— Na sexta-feira vamos ter uma reunião para avaliar quais são as medidas que dentro da lei e do regramento da Universidade Federal do Grande do Sul a gente pode fazer. A cerimônia é uma cerimônia. O diploma dele ainda não foi emitido. Portanto não é o caso de cassar algo que ainda sequer foi emitido — pontuou a reitora.
Em paralelo, um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil nesta quarta-feira para averiguar se o homem praticou apologia ao nazismo, o que é crime e pode resultar em pena de até cinco anos de prisão. Além da ocorrência registrada na Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (19), o vice-reitor da UFRGS, Pedro Costa, divulgou nas redes sociais que fez o registro do boletim de ocorrência na Polícia Federal.
O caso ganhou repercussão após o estudante comparecer à cerimônia de formatura com símbolos, como uma suástica, desenhados na testa e nas bochechas. O aluno alegou ao vice-reitor que se tratava de um símbolo do hinduísmo.
Ele estava se formando em Engenharia de Minas em solenidade realizada na terça. Ele apagou os desenhos, pintou outros símbolos, como o "Om (🕉)", composto por três curvas, um semicírculo e um ponto no topo, e participou da cerimônia.
Conforme a delegada Tatiana Bastos, da Delegacia de Combate à Intolerância, o aluno não constituiu defesa até a publicação desta matéria.
O que diz a UFRGS
"Na manhã desta quarta-feira, 19, o vice-reitor Pedro Costa e o coordenador de Segurança Mozarte Simões da Costa Junior registraram ocorrência na Superintendência da Polícia Federal em Porto Alegre, seguindo orientação da Procuradoria Federal na UFRGS.
Na sexta-feira, dia 21, a Reitoria irá se reunir com a procuradora federal na UFRGS para definição das medidas administrativas no âmbito da Universidade cabíveis nesse caso.
Também na manhã desta quarta-feira, a Reitoria recebeu ofício do Diretório Central dos Estudantes (DCE), em que é demandada a anulação da diplomação do aluno. Sobre o atendimento a esta demanda, a Universidade vai aguardar os desdobramentos das ações acima informadas.
Novamente, a UFRGS ressalta que não tolera ataques aos direitos humanos nem manifestações de ódio nos seus espaços e que sempre irá reagir com veemência diante de episódios inadmissíveis como o que ocorreu nos momentos que antecederam a solenidade de colação de grau do último dia 18, no Salão de Atos."