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A Polícia Civil prendeu um homem na tarde desta quinta-feira (27) e apreendeu dois fuzis, além de grande quantidade de munições e drogas, no apartamento onde ele morava, no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre.
Segundo a polícia, o local funcionava como ponto de armazenamento e distribuição de materiais ilícitos, que abasteciam uma organização criminosa e também eram comercializados. Os dois fuzis, segundo a polícia, custariam, juntos, cerca de R$ 100 mil.
A operação foi realizada pela 2ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (Din) do Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc).
De acordo com o delegado Alencar Carraro, diretor de Investigação do Denarc, a polícia suspeita que os criminosos poderiam estar planejando utilizar o material apreendido em ataques contra grupos rivais durante o período do Carnaval.
— Recebemos a informação de que haveria um apartamento que receberia uma grande quantidade de armamento e munição, que poderia ser utilizado contra membros contrários — afirmou o delegado.
A investigação passou a monitorar um suspeito, que não teve o nome divulgado. Durante a operação desta quinta-feira, localizaram um veículo branco suspeito dentro do conjunto habitacional na Rua Zeferino Dias. O motorista foi abordado enquanto saía do condomínio carregando caixas com munição e tijolos de maconha. O suspeito, um estudante de Análise de Sistemas de 27 anos, sem antecedentes criminais, foi preso em flagrante.
As caixas foram apreendidas, junto de mais materiais ilícitos que foram posteriormente encontrados no interior do apartamento onde ele morava, pertencente a um familiar dele.
As apreensões foram:
- Dois fuzis calibre .300 BLK
- 1.500 cartuchos de munição de diversos calibres
- 13 carregadores de fuzil
- Oito miras holográficas
- 6,5 kg de maconha (prensado e Skunk)
- 2,15 kg de cocaína
- 16 frascos de lança-perfume
- 1.500 comprimidos de ecstasy
- 306 pontos de LSD
- 98 gramas de MDMA
- Sete balanças de precisão
- Uma máquina para selar invólucros
- Uma máquina de cartão de crédito
- Dois aparelhos celulares
- Um veículo modelo Voyage
— Uma parte deste material poderia ser usada em ataques e também era regularmente vendido — disse o delegado, que conta que a polícia apurou que a facção criminosa investigada vendia cerca de quatro a cinco fuzis por mês, por aproximadamente R$ 55 mil cada.
O suspeito foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e posse irregular de armamento de calibre restrito, e foi encaminhado ao sistema prisional. As investigações continuam para identificar outros envolvidos na rede criminosa.
Carnaval
De acordo com o delegado Carraro, a operação ocorreu durante um reforço às ações contra o tráfico. Ele cita que a chefia da Polícia Civil determinou que as equipes de combate ao tráfico redobrassem os esforços na época do Carnaval, pela suspeita de que as organizações criminosas pudessem aproveitar o feriado para agir.
— Os criminosos muitas vezes acreditam que no período festivo as forças policiais estão desmobilizadas. Muito pelo contrário — disse o delegado.
Por isso, a polícia suspeita que este arsenal poderia ser utilizado para atacar membros rivais. A investigação sobre possíveis planos de homicídios não fica a cargo do Denarc, mas de acordo com o delegado, "certamente a retirada de todo esse armamento traz um pouco mais de tranquilidade".
Ainda pensando no feriado, a polícia acredita que o grupo tenha reforçado o estoque de diversos entorpecentes:
— Eles estavam com uma grande quantidade (de drogas) ali. Só crack que não tinha, o resto eles tinham todos os tipos de de drogas. Então isso eu acredito que foi também em decorrência do carnaval.
* Produção: Camila Mendes