Um pai de santo foi preso por agredir a esposa, de 30 anos, e a filha de 3 anos, no bairro Parque Índio Jari, em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre. A ocorrência foi na quarta-feira (15), na casa onde eram realizados os trabalhos de religião e onde reside a família.
Conforme o registro policial, por volta das 14 horas o homem, de 37 anos, teria ficado irritado após a negativa da esposa para que uma segunda mulher participasse de relações sexuais com os dois. Em seguida, passou a agredir a vítima, que estava com a filha de três anos no colo, e a quebrar objetos na casa. A criança foi colocada no chão. Em seguida, conforme o relato da vítima aos policiais, o pai de santo jogou a filha sobre um violão e tentou sufocar a esposa.
Um vizinho, que passava pelo local, flagrou as agressões e acabou intervindo. A mulher, então, pegou a filha e foi até a delegacia. No local, ambas foram ouvidas e confirmaram as agressões. Exames apontaram lesões visíveis nas duas vítimas.
Os agentes da Delegacia da Mulher de Viamão foram até a residência e prenderam o pai de santo em flagrante. A delegada Marina Dilemburg autuou o homem em flagrante por lesão corporal, dano e violência psicológica. A mulher também requisitou e teve medida protetiva concedida.
A Justiça decretou a prisão preventiva do agressor. O homem já possuía antecedentes por violência doméstica de relacionamentos anteriores e cinco medidas protetivas pedidas por outras pessoas.
Desde quarta, o pai de santo segue no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), e aguardava encaminhamento ao sistema prisional.
A delegada Marina ressalta a importância de a mulher ter buscado a polícia logo após as agressões.
— O fato dela ter ido imediatamente a delegacia e nós termos conseguido capturá-lo na sequência dos fatos foi muito importante. Isso fez com que conseguíssemos prendê-lo em flagrante — disse.
A vítima disse, em depoimento, que não denunciava o homem por ele ser influente e por depender dele, emocional e financeiramente. Relatou também ter sido obrigada a manter relações sexuais de forma forçada anteriormente.
O pai de santo será defendido por um Defensor Público designado pelo Estado. A Defensoria afirmou que irá se manifestar apenas nos autos do processo que corre em segredo de justiça.
O nome do pai de santo não está sendo divulgado para preservar a identidade da filha, envolvida na ocorrência.