Cinco pessoas morreram na noite de quarta-feira (15) durante o terceiro dia de conflitos entre a Polícia Militar (PM) e uma facção criminosa em Porto Velho, capital de Rondônia. Duas delas eram suspeitas que entraram em confronto com a PM, enquanto outras três foram executadas a tiros por criminosos na capital.
Conforme apuração do g1, desde o início da semana, os embates entre agentes de segurança e a facção resultaram em prisões, mortes e grandes prejuízos materiais, incluindo a queima de mais de 20 ônibus, além de outros veículos.
Segundo informações da polícia, na noite de quarta-feira, criminosos passaram de carro em frente a um bar na zona leste de Porto Velho e abriram fogo contra os clientes. Duas pessoas foram atingidas, uma morreu no local e a outra chegou a ser levada ao Hospital João Paulo II, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a terceira vítima da noite foi um ciclista baleado por criminosos, também na Zona Leste. A polícia apura se as execuções têm ligação entre si.
Ainda na mesma noite, dois suspeitos de integrar o grupo criminoso foram mortos em confronto com agentes na linha 27, Ramal Rio das Garças, na zona rural de Porto Velho.
Para reforçar o combate ao crime organizado em Porto Velho, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp) enviou na terça-feira (14) um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) para apoiar as operações policiais na cidade de Rondônia.
Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deslocou cerca de 60 agentes da Força Nacional, que já estão atuando em Porto Velho, e outros devem chegar nos próximos dias.
Origem dos ataques
Nos últimos meses, a Polícia Militar intensificou operações contra o crime organizado no conjunto habitacional Orgulho do Madeira, localizado na zona leste de Porto Velho, uma área dominada por uma facção criminosa.
Em uma dessas operações, em 8 de janeiro, a PM matou um dos chefes da facção. O nome do suspeito e a dinâmica do ocorrido não foram divulgados pelas autoridades.
No domingo (12), o cabo da Polícia Militar Fábio Martins foi assassinado com seis tiros na cabeça no conjunto Orgulho do Madeira, onde residia. Ele estava de folga e acompanhado da esposa no momento do crime. De acordo com a Polícia Militar, o homicídio foi uma retaliação da facção às ações policiais contra a organização criminosa.
Em resposta, a polícia iniciou a Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura II, com o objetivo de combater a facção e ocupar o conjunto habitacional. Após a entrada das forças policiais no local, começaram os ataques a ônibus, resultando na destruição de mais de 20 veículos.