A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (19), uma operação para combater esquema de falsificação de receitas médicas. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido no centro de Porto Alegre, onde os suspeitos atuavam.
Os investigados pelo esquema são um homem, de 55 anos, e uma mulher, de 49. As identidades deles não foram divulgadas.
A Operação foi intitulada Non Juror, que faz referência ao juramento de Hipócrates, o ato realizado ao término da faculdade de Medicina, à qual os investigados não cursaram.
Como agiam
A apuração indica que a dupla vinha utilizando indevidamente a inscrição e assinatura de uma médica para falsificar centenas de receituários desde 2019. Eles atuavam na Capital e Região Metropolitana.
Segundo a apuração da Polícia Federal, a médica titular das assinaturas não sabia do esquema e estava regularmente inscrita no Conselho Regional de Medicina.
— Eles já imprimiam o receituário com o carimbo, o que leva a crer que a investigada foi paciente da médica em algum momento e teve a receita prescrita. Possivelmente ela apagava as informações do receituário e deixava só o carimbo impresso. Daí só fazia a prescrição da receita e assinava por cima do carimbo — explicou o delegado Ronaldo Reis.
As receitas falsificadas foram utilizadas para prescrever medicamentos de uso controlado, muitos deles retidos no sistema de controle da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a (Anvisa), caso dos antidepressivos.
Ninguém foi preso e também não houve apreensões durante o cumprimento dos mandados. O delegado explica que a próxima fase da investigação é descobrir quem eram os beneficiários do esquema.
Conforme a PF, os investigados podem responder pelos crimes de falsificação de documento público e particular, falsidade ideológica e uso de documento falso.