Com portões fechados, familiares, amigos e colegas se despedem, nesta sexta-feira (25), do policial militar Rodrigo Weber Volz, 31 anos. O velório acontece ao longo da tarde no Crematório e Cemitério São Vicente, em Canoas, na Região Metropolitana.
O corpo chegou ao local do sepultamento por volta das 13h, escoltado por quatro motos da equipe de Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) da Brigada Militar.
Inicialmente, a cerimônia de despedida estava marcada para começar às 10h, mas houve atraso envolvendo a liberação do corpo. Parentes e amigos aguardaram ao longo da manhã pela chegada do caixão do soldado.
Volz é uma das vítimas do ataque a tiros ocorrido entre a noite de terça (22) e a madrugada de quarta-feira (23) em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. O policial militar teve a morte confirmada na tarde passada.
O PM foi atingido por tiros na cabeça e estava internado no Hospital Municipal de Novo Hamburgo com quadro de morte cerebral. O policial era doador de órgãos, e quatro receptores já foram selecionados para receber rins, fígado e coração doados pelo soldado.
Volz entrou para a BM em 2016 e teve como primeira e única unidade de serviço o 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo. Esse batalhão foi um dos que atendeu a ocorrência que deixou outros quatro mortos e oito feridos.
Volz deixa os pais e a esposa, a soldado Aleissa, que também é da Brigada Militar.
Cerimônia intimista
Diferente da despedida do policial militar Kirsch, quando autoridades compareceram à solenidade para realizar homenagens, os sentimentos de luto e força foram enviados pelas figuras ilustres, como o governador Eduardo Leite, de forma reservada, por mensagens via internet.
A pedido da família, o velório acontece com portões fechados, reunindo só pessoas próximas. A imprensa e autoridades não puderam participar da cerimônia e acessar o interior do cemitério.
O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Cláudio Feoli, deve ser a única autoridade a comparecer ao velório. Ele participará das tradicionais honras militares fúnebres, realizadas quando algum servidor da segurança pública é abatido em serviço.
Carros da Brigada Militar devem indicar, com sirenes ligadas, o local onde o corpo será enterrado. Uma salva de 21 tiros será feita contra o solo em lembrança de Volz, seguida de palavras e do toque de trombeta, que indicará o momento de silêncio. Uma bandeira do Rio Grande do Sul, que deve ser estendida no caixão, será recolhida e entregue à companheira de Volz.
Família se despede
Segundo o tio, Antônio Dapieve, 61 anos, Volz vem de uma família de policiais. Ao menos quatro tios dele teriam atuado nas forças de segurança pública.
Era um homem forte, sério, sereno e calmo. Ele sempre foi muito trabalhador, estudioso e dedicado à família. Ele sempre quis ser policial.
ANTÔNIO DAPIEVE
Tio de Volz
Dapieve, que chegou ao cemitério logo pela manhã, se emocionou ao relembrar o crime.
— Ele recebeu muitos tiros. O correto é os filhos enterrarem os pais, não o contrário — diz.