Mais de um mês após o assassinato do gaúcho Juliano Bolson Soares, 34 anos, durante uma tentativa de roubo no Rio de Janeiro, a Polícia Civil segue tentando identificar a autoria do crime. Uma das possibilidades investigadas é de que o tiro que matou o jovem tenha sido disparado por policiais militares que atenderam a ocorrência. Até o momento, não há informações sobre presos.
Natural de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, Soares morava havia cerca de um ano e meio com a companheira na capital fluminense, onde atuava como gerente de tecnologia e processos em uma empresa. Naquela terça-feira (14), ele pilotava uma motocicleta em direção a sua casa, quando foi abordado por dois suspeitos em uma tentativa de roubo.
Por volta das 20h30min, dois policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizavam deslocamento pela Rua Paulo De Frontin, na localidade de Rio Comprido, avistaram o conflito entre os dois homens e interviram.
Durante a abordagem, foram efetuados disparos. Há a suspeita de que os disparos que atingiram Juliano possam ter sido efetuados pelos PMs. Os suspeitos fugiram, e o corpo de Juliano ficou caído na calçada.
De acordo com a irmã de Juliano, Débora Bolson, 40, o gaúcho estava a duas quadras de casa quando foi abordado pelos criminosos. Ela reitera que Juliano foi vítima da abordagem e que ele não reagiu. Além disso, ela pede por justiça.
— Passado esse um mês, é um abismo de dor e sofrimento por uma morte tão inexplicável. Foi um assalto sem qualquer reação da parte dele. Ninguém foi preso ou acusado, nem polícia nem assaltantes — diz Débora.
Polícia se manifesta por nota
A GZH, a Polícia Civil do RJ diz que a investigação ainda está em andamento e se manifestou por meio de nota na qual diz que “os agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos e responsabilizar criminalmente a autoria do delito”.
Também em nota, a Polícia Militar informa que “os policiais estavam portando câmeras de uso corporal individual e as imagens já estão sendo extraídas para análise e disponibilização aos entes competentes”. Além disso, o texto diz que “as armas da equipe também foram disponibilizadas à delegacia” e que “o BPChq instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias do fato”. A corporação também diz que “colabora integralmente com as investigações”.