O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) teve sua sede destruída pela enchente que atingiu Porto Alegre a partir da tarde de 3 de maio, uma sexta-feira. Situado na Avenida das Indústrias, o prédio foi tomado por quase dois metros de água. Mobiliário e equipamentos foram perdidos. O órgão está instalado, provisoriamente, na antiga sede da CEEE, no bairro Jardim Carvalho.
O Deic, um dos principais órgãos operacionais da Polícia Civil, tem 13 delegacias e 216 servidores. Enquanto computadores são recuperados e instalados, as equipes estão se revezando em um dos espaços do prédio, que pertence ao governo Estadual. A diretora do departamento, delegada Vanessa Pitrez, garante que apesar das dificuldades enfrentadas, o trabalho não parou:
— Já fizemos duas operações, além de todo o trabalho de resgate, salvamento, patrulhamento nas áreas alagadas por água e por terra e nos abrigos. Tivemos equipes todos os dias com no mínimo cinco barcos operando durante o ápice da enchente.
Os policiais também se revezam 24 horas no cuidado à sede, que ainda está alagada. A água começou a invadir o prédio do Deic na tarde de 3 de maio. Enquanto policiais tiravam viaturas do pátio e da garagem, outros tentavam proteger em locais altos equipamentos, computadores, televisões. Também foi preciso retirar às pressas materiais apreendidos em investigações, como armas e celulares. A quantidade de água que tomou o prédio acabou atingindo armários e documentos, como inquéritos.
No dia 5, um domingo, equipes entraram na parte alagada de caiaque e registraram as primeiras imagens. Cadeiras, mesas e até itens mais pesados, como geladeira, foram derrubados pela força da enchente. Muitos materiais ficaram boiando.
No começo desta semana, com a redução da água, servidores já conseguiram entrar caminhando no prédio. Policiais estão buscando o que ainda é possível retirar do local. O Deic está ocupando o segundo e terceiro andares do prédio F do antigo complexo da CEEE.

Denarc
O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), outro dos órgãos mais operacionais da polícia, também está provisoriamente no prédio da CEEE. O Denarc também teve a sede, no bairro Navegantes, invadida pela água, mas não na mesma intensidade que o Deic. Na quarta-feira (22), policiais começaram o trabalho de limpeza e organização.
— Teremos muito trabalho para a retomada, mas somos resilientes. Não paramos, seguimos na rua com o trabalho de combate ao tráfico de drogas — destacou o diretor-geral do Denarc, Carlos Wendt.
Também é neste complexo da antiga CEEE que está funcionando o Centro Logístico da Defesa Civil Estadual.
