Depois de ajudar a recuperar e a preservar 17 obras do acervo do Palácio Piratini entre 2022 e 2023, alunos, técnicos e professores do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) voltarão ao trabalho.
Em uma nova etapa da parceria, a equipe irá se debruçar sobre plantas arquitetônicas e ornamentais originais, uma pintura grandiosa de Antônio Parreiras, tecidos de gobelin (tradicionalmente usados em peças de decoração e estofados) e porcelanas.
Na última semana, um grupo do Piratini esteve na UFPel para dar início ao acordo de cooperação. Será mais um passo importante para assegurar a manutenção da história e da memória do Estado.
O destaque desse novo lote será o restauro da obra “Proclamação da República de Piratini”, pintada no início do século 20 por Parreiras, a pedido do então governador Borges de Medeiros. Do tamanho de uma parede, a encomenda foi feita em 1911, e a obra figurou durante anos na entrada da sede do governo. Atualmente, ela está no 4º Regimento de Polícia Montada, na Capital.
— Quando o Piratini estava sendo construído, Borges fez alguns pedidos de pinturas históricas que retratassem a figura do gaúcho. Hoje a gente sabe onde ele queria que ela ficasse, por causa das plantas do Palácio. É uma história interessante — diz Mateus Gomes, diretor-executivo de gestão do Complexo Palácio Piratini.
Entre os dias 10 e 14 de março, nove especialistas da UFPel, liderados pela professora Andréa Bachettini, se deslocarão ao 4º Regimento para fazer a desmontagem do quadro e levá-lo à universidade, onde será tratado.
Como ocorreu na fase inicial da parceria, o acervo será recebido no Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Pinturas (Lacorpi), um dos mais destacados do país, no Campus 2 da UFPel. Esse mesmo grupo foi o responsável por recuperar parte das obras danificadas por vândalos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
O acordo de cooperação

A parceria entre o governo do Estado, por meio do Palácio Piratini, e a UFPel teve início em 2022, dentro das comemorações ao centenário do Palácio.
No primeiro projeto desenvolvido em conjunto, uma equipe do curso de Conservação realizou a restauração de 17 pinturas de cavalete pertencentes ao acervo do Piratini.
Entre as obras recuperadas estão peças de Guido Mondin, Benette Casaretto, Leopoldo Gotuzzo, Helios Seelinger e Ângelo Guido.