A Polícia Civil apreendeu, na tarde desta sexta-feira (12), oito aparelhos celulares em cela da Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2), na Região Metropolitana. O trabalho de busca e apreensão foi realizado por intermédio da 2° Delegacia de Repressão ao Narcotráfico com o apoio da Polícia Penal.
A ação é um desdobramento da Operação Squadrone, deflagrada na quarta-feira e que apura uma aliança firmada entre facções do sul do país. Um dos investigados na operação faz parte do grupo de detentos da cela. Além dele, outros sete presos cumprem pena no espaço.
O criminoso, de 29 anos, tem antecedentes por tráfico de drogas, receptação de carro roubado e associação criminosa. Segundo o delegado Rafael Liedtke, responsável pela investigação, o homem teria participado do convênio firmado entre as facções.
— Além do mandado de busca e apreensão, foi comunicada a ele (o investigado) a existência de um novo mandado de prisão, esse pelos delitos de tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, no âmbito da investigação da Operação Squadrone — complementou o delegado.
A Pecan 2, onde os aparelhos foram recolhidos, utiliza bloqueadores, que deveriam impossibilitar a entrada de celulares no recinto. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), responsável por administrar a penitenciária, afirmou à reportagem que os objetos podem ter entrado no local por meio de drones, arremessos ou visitantes. No entanto, frisou que "vem intensificando as operações realizadas nas casas prisionais de todo Estado para coibir a entrada de ilícitos" (veja a nota na íntegra abaixo).
Operação Squadrone
Na quarta-feira (10), policiais civis gaúchos deflagraram a Operação Squadrone, resultado de uma investigação iniciada em junho de 2022. A ação, coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), foi desencadeada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e em São Paulo. Foram cumpridos 31 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão, além de 26 bloqueios de contas bancárias. Entre os alvos da operação, está também um português, que tem mandado de prisão cumprido na Europa.
A ofensiva tem como objetivo desarticular um esquema envolvendo dois dos maiores grupos criminosos do sul do Brasil. Segundo a polícia, as facções estabeleceram um convênio, que envolve aquisição de armas e drogas, como forma de tentar monopolizar o tráfico de entorpecentes.
A ofensiva tem como alvo uma facção de Santa Catarina e outra gaúcha, nascida no Vale do Sinos e com atuação em todo o Estado. Segundo a polícia, os grupos se uniram nos últimos anos numa espécie de consórcio para obter vantagens no mundo do crime.
O que diz a Susepe
"A Polícia Penal vem intensificando as operações realizadas nas casas prisionais de todo Estado para coibir a entrada de ilícitos. São desenvolvidas ações por meio do Grupo de Ações Especiais e dos Grupos de Intervenção Rápida das dez regiões penitenciárias, além das revistas de rotina feitas pelos servidores lotados nos estabelecimentos diariamente.
A entrada de materiais ilícitos ocorre com a utilização de drones, arremessos ou por visitantes."
Denuncie
Informações sobre tráfico de drogas podem ser repassadas ao Denarc-RS pelo telefone 0800-518-518.
*Produção: Júlia Ozorio